Embora a maior parte dos leitores apenas a conheça como uma das principais marcas de motos no mundo, a verdade é que a Yamaha também já protagonizou várias incursões no mundo das quatro rodas, nomeadamente, fabricando motores para automóveis. Relembramos-lhe quatro modelos que chegaram ao mercado, com motores Yamaha... mais um quinto, que, se calhar, ainda vai ver num futuro automóvel!
A verdade é que, sempre que falamos da marca Yamaha, a primeira coisa que nos vem à cabeça, é, sem qualquer sombra de dúvida, motas, motociclos e motos de competição.
No entanto e embora a grande maioria das pessoas o desconheça, a marca japonesa, não só já produziu, como continua envolvida, na produção de motores destinados a automóveis.
Embora, na maior parte das vezes, através de projectos que resultam de uma colaboração com outras empresas, fica, no entanto, também demonstrado, que, a par dos feitos e avanços conseguidos nas duas rodas, a história da Yamaha e do seu departamento de engenharia, tem vindo a fazer-se, igualmente, no domínio das quatro rodas.
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Tem dúvidas? Recordamos-lhe quatro exemplos daquilo que acaba de ser dito... mais um outro "exemplo" que, embora ainda ausente das estradas dos nossos dias, o mais certo é que venha a impulsionar um qualquer futuro modelo automóvel!
1. Toyota 2000GT
Começamos esta lista de exemplos de automóveis que contaram com motores cuja concepção e fabrico teve a participação da Yamaha, com o icónico Toyota 2000GT. Pequeno desportivo do qual foram fabricados apenas 351 unidades, depois de ter entrado em produção no já distante ano de 1967.
Aliás, na altura, a Yamaha tentou colaborar com a Datsun, para construir um supercarro, mas o projecto não vingou, pelo que o fabricante de motos decidiu aliar-se à Toyota, que procurava então desenvolver um desportivo, capaz de lhe garantir o merecido prestígio. Em particular, do outro lado do Pacífico, no continente americano.
Foi assim que Satoru Nozaki, o "pai" do 2000GT, criou um dos designs mais icónicos na Toyota, inspirado nos modelos Ferrari da época. E que, inclusivamente, entrou para a história, com a participação do modelo no filme da saga 007, "You Only Live Twice", com Sean Connery como protagonista.
Quanto à participação da Yamaha, passou por agarrar no motor de seis cilindros em linha do Toyota Crown, levando-o a oferecer 150 cv de potência, graças à inclusão de três carburadores de duplos corpo e dupla árvore de cames. Tudo isto, para um modelo com apenas 1.120 kg.
2. Lexus LFA
Em segundo lugar, mas não menos importante, segue-se o mítico desportivo japonês, Lexus LFA. Com um motor V10 4.8 litros, é capaz de fazer 9000 rotações, produzindo 560 cv de potência, ao mesmo tempo que emite o som semelhante ao de um Formula 1.
Deste modelo em concreto, foram fabricadas apenas 500 unidades, entre 2010 e 2012. Incluindo, 50 com o pacote Nürburgring, que aumentou a sua potência para 570 cv, além de várias melhorias aerodinâmicas e na suspensão.
Neste caso, coube à Yamaha trabalhar o sistema de escape e, acima de tudo, obter aquela que é a sonoridade muito particular do modelo. Sendo que, alguns rumores referem, também, que terá sido a Yamaha a supervisionar e aconselhar o design geral deste motor de rotação rápida.
De resto e enquanto especialista em motores de motas, inclusive, superdesportivas, a marca japonesa tem uma vasta experiência neste domínio, conseguindo, por exemplo, que os seus dez pistões se movam a uma velocidade de até 25m/s (cerca de 90 km/h).
3. Ford Puma 1.7
Naquilo que foi uma aliança tripla, entre a Ford, a Mazda e a Yamaha, foi criado, a partir dos motores de quatro cilindros da família Zetec, um 1.25 e um 1.7 litros, com admissão, sistema de escape e cabeçotes, desenvolvidos especialmente pela Yamaha.
Foi assim que surgiu o Ford Puma 1.7 litros de 125 cv, que, graças aos japoneses, teve inovações como a distribuição variável, que lhe permitiu oferecer grande parte do binário do motor logo às 1.800 rpm, para além das camisas revestidas com Nikasil, uma liga que reduz o atrito.
4. Volvo XC90 B8444S
E, para terminar, um modelo completamente diferente dos anteriores: um SUV de grande dimensão, como é o caso do Volvo XC90, equipado com o motor B8444S, um V8 com 4,4 litros de cilindrada, a debitar 315 cv de potência e 440 Nm de binário. Motor que, recorde-se, também pode ser encontrado debaixo do capô do S80.
Todo o desenvolvimento deste motor foi obra da Yamaha. A qual, confrontada com um ângulo entre bancadas mais estreito que os habituais 90° existente nos V8, teve de conseguir encaixar o compartimento do motor do S80 transversalmente, razão pela qual acabou ganhando eixos de balanceamento.
4+1. O novo motor elétrico Yamaha
Para além das suas colaborações com outras marcas, em motores de combustão, a Yamaha deu a conhecer, recentemente, um motor elétrico. Iniciativa que, num mundo cada vez mais virado para a eletrificação dos automóveis, mostra que, também aqui, a marca japonesa de motos não pretende deixar-se ficar para trás.
Segundo os dados divulgados pela Yamaha, este motor elétrico de alto rendimento, síncrono de ímanes permanentes, é capaz de gerar 350 kW de potência, qualquer coisa como 475 cv, além de se anunciar como um dos mais leves da sua gama. Isto, incluindo já o inversor e o sistema de transmissão.
Ainda de acordo com as informações já divulgadas, a intenção da marca japonesa é fornecê-lo a um fabricante que dele necessite. Especialmente, no caso de se tratar de um superdesportivo, em que este motor poderá garantir, segundo o fabricante, potências na ordem dos 950 cv, usando, para tal, o esquema clássico de um motor por eixo.