A Yamaha quis fazer um pequeno desportivo para desafiar modelos como o Mazda MX-5 ou o Toyota GR86, mas o projeto nunca chegou à produção, apesar de terem sido desenvolvidos vários protótipos.
A marca Yamaha significa coisas diferentes para diferentes pessoas. Algumas pensam em motas, enquanto outras vêem na empresa um dos maiores fabricantes mundiais de instrumentos musicais e de equipamento de som. Desde carrinhos de golfe e ATVs a geradores e piscinas, a Yamaha tem uma extensa gama de produtos. O seu envolvimento na área automóvel é menos conhecido.
Contudo, a Yamaha ajudou a Toyota a desenvolver o 2000 GT na década de '60 do século passado. Além disso também foi responsável pela engenharia e construção dos motores V6 SHO re V8 SHO da Ford, assim como o propulsor Zetec do Fiesta.
Mas o trabalho da Yamaha nesta área não ficou por aqui, pois colaborou com a Lexus no V10 para o seu supercarro LFA, bem como num motor V8 que acabou por ser utilizado em dois modelos da Volvo. Alguns blocos de quatro cilindros equiparam o Celica, o MR2 e o Lotus Elise.
Design de Gordon Murray
A Yamaha também pensou em fazer o seu próprio carro. O OX99-11, apresentado em 1992, deveria entrar em produção em 1994 com um motor V12. Contudo, a recessão do início da década de '90 matou aquilo que poderia ter sido um carro de Fórmula 1 para a estrada.
A empresa japonesa retomou a ideia de construir um carro em 2013 com o Motiv, mas também não viu a luz do dia. Dois anos depois foi revelado o Sports Ride no Salão Automóvel de Tóquio com um potencial concorrente do Mazda Miata / MX-5.
O pequeno coupé de dois lugares baseado no chassis iStream da Gordon Murrray Design pesava apenas 750 quilos. Isso significava que era consideravelmente mais leve do que a geração ND do MX-5 que tinha sido lançada em 2015. O pequeno desportivo de tração traseira tinha um comprimento de apenas 3,90 metros, uma largura de 1,72 metros e uma altura de 1,17 metros, sendo as proporções semelhantes às do MX-5.
Pedido de patente
A apresentação do protótipo no Salão Automóvel de Tóquio de 2015 não foi o fim da história. Em 2018 foram submetidas imagens de patente de um design diferente, presumivelmente de uma versão próxima da produção.
A carroçaria tinha pintura em duas cores, um design inspirado nos Lotus e os tubos de escape desapareceram. Isso levou as pessoas a pensarem que o Sports Ride se tinha transformado num elétrico.
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A aplicação para o registo da marca publicada no Gabinete de Propriedade Intelectual da União Europeia revela que Gordon Murray é um dos designers. Existe um video publicado pela Yamaha com o carro atualizado a ser testado em 2017, sendo que nessa altura se tinha tornado no T40 e claramente ainda tinha motor de combustão.
Motor de 1,0 litro
A Yamaha nunca revelou a identidade do motor, mas avançou que os grupos óticos do Sports Ride eram inspirados na YZF-R1. A moto desportiva estava equipada com um motor de quatro cilindros de 1,0 litro que desenvolvia uma potência de 200 cv e atingia as 14 000 rpm. Um motor desses montado num coupé bastante leve poderia proporcionar prestações bastante interessantes e fazer a vida negra ao Miata / MX-5.
Pelo video que mostra o carro em testes e já com um design de produção, tudo levava a crer que a Yamaha estava mesmo a pensar na sua comercialização. Contudo, abandonou os planos de desenvolvimento do carro em 2019, pelo que o Subaru BRZ/ Toyota GR86 nunca tiveram de enfrentar este concorrente.