Com as tarifas adicionais, impostas pela União Europeia aos veículos elétricos chineses, já em vigor, fabricantes como a NIO ou a Xpeng parecem não pretender, pelo menos para já, fazer reflectir essa mesma penalização, no preço dos seus automóveis. Admitindo, sim, a criação de fábricas na Europa como forma de fugir à nova política fiscal europeia.
Segundo informações oriundas da China, tanto a NIO, como a Xpeng, cooperaram com a investigação da União Europeia (UE) aos apoios estatais dados pelo Governo chinês aos seus fabricantes de veículos elétricos, estando, por isso e neste momento, sujeitas a uma tarifa alfandegária acrescida de 20,8%. Isto, porque não terão recebido qualquer notificação da UE, dando conta de um valor específico a pagar como taxa adicional.
As mesmas fontes garantem, ainda, que ambas as empresas estarão na disposição de manter a sua atividade no Velho Continente, nos mesmos moldes que até aqui e com a mesma política de preços. Estando ambas, igualmente, a estudar novas soluções que permitam o atenuar destas penalizações.
No caso da Xpeng, as notícias apontam no sentido de que possa vir a produzir automóveis em solo europeu, enquanto a NIO terá optado, desde já, por manter a atual estratégia de preços na Europa, reavaliando esta política à medida que a UE for dando conta de novas incidências naquela que é a sua estratégia fiscal e alfandegária.
De resto e segundo afirmou, ainda no início deste ano, o CEO da NIO, William Li, a Europa continua a representar uma percentagem relativamente baixa das vendas globais do fabricante. O que também significa que o impacto das novas taxas alfandegárias poderá não ser tanto forte quanto isso nas contas da companhia.
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Recorde-se que, de acordo com as tarifas alfandegárias que entraram em vigor no dia 5 de julho, fabricantes chineses como a SAIC, que não quiseram colaborar com a investigação da Comissão Europeia, passam a estar sujeitas a uma taxa acrescida de 37,6%, enquanto a BYD vai passar a pagar mais 17,4% e, a Geely, mais 19,9%.
Já os fabricantes chineses de automóveis elétricos que colaboraram com a investigação, passam a estar sujeitos a uma tarifa de 20,8% sobre os todos os veículos elétricos que importam para a União Europeia.
As novas taxas em vigor pretendem ser, no entanto, apenas provisórias, com a UE a prometer a apresentação de uma nova estratégia fiscal final, até novembro de 2024.
Relativamente às duas marcas, vale a pena também recordar que a NIO já vende nos mercados europeus o ET7, ET5, EL6, EL7, ET5T, tendo lançado recentemente o EL8.
Já a Xpeng, entrou oficialmente no mercado alemão em março de 2024, com o G9 e o P7.