Numa altura em que o Automóvel entra numa nova era da sua existência, com o enveredar pela Mobilidade Elétrica, o CEO da chinesa Xpeng vaticina que, esta nova etapa, não venha a ser de grandes alegrias, para a maioria dos fabricantes. Prevendo, mesmo, que, dentro de cinco a dez anos, a grande parte tenha já desaparecido e não existam mais do que uma dezena de fabricantes com ambições de âmbito global!
Analisando o futuro da indústria automóvel, numa altura em que sector caminha para uma nova era, que se prevê quase exclusivamente elétrica, o CEO daquela que é também uma das principais marcas chinesas de veículos elétricos (EV), a Xpeng, afirma acreditar que, com a transformação tecnológica, acontecerá, igualmente, um depurar do número de fabricantes e marcas automóveis, capazes de atuar a nível global.
"Dentro de cinco a dez anos, assistiremos a um mercado automóvel muito mais reduzido", afirma, em declarações proferidas ao Financial Times, Brian Gu. Acrescentando que, "na minha opinião, o número de players, no mercado global, deverá ficar reduzido, muito provavelmente, a menos de 10 fabricantes".
De resto e, talvez, a explicar esta previsão algo catastrofista, da parte de uma empresa que já foi apontada como um dos construtores chineses com maior potencial, surge a retracção em que parece ter entrado o mercado automóvel chinês e que não deixou de afectar também a Xpeng.
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Aliás e só durante o primeiro trimestre de 2023, as vendas do fabricante, na China, terão diminuído em cerca de 50 por cento, levando a que a Xpeng caísse para os 12.º posto, entre aqueles que são os maiores fabricantes chineses de veículos de elétricos, no período em causa.
O problema dos preços… e da produção
Igualmente a contribuir para esta queda, a estratégia de preços especialmente agressiva assumida pela rival norte-americana Tesla, também no mercado chinês. O que, diga-se, veio colocar ainda mais pressão sobre grande parte dos fabricantes presentes num mercado, já de si, em retracção.
Ainda segundo o homem-forte da Xpeng, qualquer fabricante automóvel chinês que queira subsistir, ao longo da próxima época, terá de ser capaz de vender qualquer coisa como três milhões de veículos por ano (a Tesla, por exemplo, terminou 2022 com vendas na ordem dos 1,3 milhões de veículos). O que significa que, "não se poderá limitar ao mercado da China, mas terá de tornar-se um player de nível mundial", afirma Gu.
"No nosso caso, um cenário deste tipo implica que, perto de 50% das nossas vendas, provenham dos mercados fora da China", conclui.
A importância da internacionalização
Ainda assim e a favor dos fabricantes chineses, surge o facto das exportações de veículos continuarem a crescer fortemente, tendo mesmo já ultrapassado, neste ano de 2023, o vizinho Japão, como maior exportador de veículos automóveis no mundo.
Quanto aos principais mercados de destino dos automóveis produzidos na China, está não só a Europa, como também a Ásia, já que, por exemplo, os EUA, são, "hoje em dia, um mercado mais difícil, devido ao clima político", reconhece Brian Gu. Defendendo, contudo, que a indústria chinesa deve "estudar a melhor forma de entrar nesse mercado", o qual, recorde-se, é o segundo maior do mundo, em termos de volume, logo atrás da China.