As primeiras unidades do VW ID.3 começam a ser entregues em Portugal a partir de setembro. A série First Edition está equipada com o motor elétrico de 204 cv e uma bateria de 58 kW que anuncia uma autonomia que pode chegar aos 420 km. O preço começa nos 38 mil euros
O VW ID.3 é, provavelmente, o automóvel elétrico mais inteligente da atualidade – a opinião definitiva remetemo-la para aquele que é o primeiro ensaio publicado em Portugal que pode ler na próxima edição da TURBO, nas bancas este sábado.
Aquilo que desde já justifica a nossa afirmação é o facto de a liberdade que permite a arquitetura elétrica ter sido muito bem explorada pela Volkswagen na plataforma MEB que servirá outros modelos da marca e do Grupo.
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Pensado para ser elétrico
Esse aproveitamento traduz-se no facto de, apesar de o comprimento total do ID.3 (4,26 metros) ser idêntico ao de um Golf, a distância entre eixos ser igual à de um Passat, o que permite que o espaço interior se equivalha ao de uma berlina do segmento superior. Já o diâmetro de viragem (10,2 metros) é o mesmo de um VW Up, o que para uma utilização em cidade dá mesmo muito jeito.
Com uma aparência moderna, sem ser futurista e beneficiando da colocação da bateria no piso bem como da passagem do pequeno motor elétrico para a traseira, o ID.3 tem aquilo que muitos clientes valorizam de forma especial: imenso espaço num interior alegre e que ilustra o investimento de nove mil milhões de euros que a VW está a fazer na digitalização.
Todos os mais evoluídos dispositivos de apoio à condução e segurança fazem parte das versões mais "recheadas" da First Edition, a que se juntam as funcionalidades permitidas pela ligação permanente à Internet, ou o acesso por comando vocal a muitas das funcionalidades, bem como a possibilidade de configurarmos totalmente os dois ecrãs que nos dão as informações essenciais.
Software em revisão
Ainda assim, vale a pena recordar que o lançamento comercial do ID.3 deveria estar a acontecer agora mas a verdade é que as primeiras unidades só serão entregues em Setembro, por culpa de alguns "bugs" de software que a VW está a corrigir, o que faz com que algumas das funcionalidades nem sequer estejam disponíveis senão no próximo inverno e, para isso, os proprietários terão que combinar com uma concessão a realização do indispensável "up date" de software.
Como já se sabia e dissemos de início, as primeiras unidades a ser entregues, em setembro, serão, então First Edition que se declina em três níveis de equipamento (First, Plus e Max) e apenas a motorização de 204 cv e 310 Nm de binário instantâneo, "alimentada" pela bateria de 58 kW.
A velocidade máxima está propositadamente limitada a 160 km/h e a aceleração de 0-100 km/h ronda os 7,5 segs. O preço em Portugal da First Edition é de 38 mil euros, enquanto a proposta mais equipada (Max) promete chegar aos 50 mil euros.
Quanto à bateria a VW anuncia uma autonomia que varia entre os 300 km e os 420 km (ciclo WLTP), residindo a amplitude do intervalo no tipo de equipamento (estão disponíveis jantes de 18 a 20 polegadas) e na tipologia da utilização (mais ou menos autoestrada, onde os elétricos se dão mal, ou cidade, "território" favorito destes veículos).
Com uma garantia oficial de oito anos ou 160 mil km, a bateria pode ser carregada a 11 kW (corrente alterna, AC) ou um máximo de 100 kW (corrente contínua, DC). No primeiro caso em cinco horas conseguimos 80% da carga total. No segundo, em meia hora a bateria consegue energia que nos permite percorrer cerca de 290 km.
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Conheça os interiores
Depois da série First Edition, (30 000 unidades), a VW introduzirá, progressivamente e a partir de setembro, modelos ID.3 de produção "corrente". É nessa altura que chegará uma proposta com uma bateria mais pequena (45 kW) com autonomia entre 230 km e 330 km (o preço deverá estar pouco acima dos 30 mil euros), a que se juntará uma proposta com bateria de 77 kW, com autonomia entre 390 km e 550 km (cujo preço estará bem acima dos 50 mil euros).
Em relação à First Edition é de assinalar que o preço da versão de entrada (38 mil euros) é mesmo inferior ao praticado na Alemanha, o que se explica, principalmente, pelo facto de, nos mercados do centro e norte da Europa, o ID3 estar equipado com uma bomba de calor que, entre outras vantagens, permite que a bateria alcance mais depressa a temperatura ideal de funcionamento, fator essencial para a autonomia.