Depois da compra da marca sueca, pelo gigante chinês, Volvo e Geely preparam agora uma nova fase na sua união. Mais concretamente, a fusão numa única empresa… com identidades distintas. Confuso? Nós, também!
Segundo anunciou, em comunicado o Chairman da Geely Holding Group, Li Shufu, o objetivo deste passo é a constituição de uma só empresa, que seja capaz de ser mais competitiva no mercado global. Nomeadamente, através do aceleramento das "sinergias financeiras e técnicas" entre Volvo Cars e Geely Automobiles Holdings.
Com a fusão, as duas empresas prevêem ainda duplicar capacidade de "produção, conhecimentos e recursos", o que contribuirá para que "a futura empresa venha a tornar-se líder nos esforços de transformação da indústria automóvel".
Juntas, mas com entidades distintas
No entanto, Volvo e Geely salientam, igualmente, a importância de "preservar a identidade distinta", não apenas das respectiva marcas, mas também de outras etiquetas, como a Lynk&Co, que tal como a Lotus, a Proton e a LEVO, faz parte do catálogo do gigante chinês, ou ainda da Polestar, detida em partes iguais pela marca sueca e pela Geely.
Para já ainda na fase de arranque, Volvo e Geely anunciaram igualmente ter constituído um grupo de trabalho, liderado pelo CEO da marca sueca, Hakan Samuelsson, o qual ficará encarregue de conceber a apresentar uma proposta de fusão, às administrações de ambas as companhias. Obrigatoriamente, até ao final do presente ano.
O passo natural?
Embora esta decisão possa surpreender, a realidade é que as duas companhias já vivem, hoje em dia, numa espécie de semi-fusão, partilhando, desde logo, muita tecnologia - a começar pelas plataformas CMA e SPA.
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Entretanto, em marcha está ainda a fusão dos departamentos de motores, e que, segundo afirmou já um porta-voz, permitirá desviar fundos para "investimento no desenvolvimento de áreas como a eletrificação, a conectividade e a condução autónoma".
Com a concretização da fusão, Volvo e Geely beneficiarão igualmente de uma maior capacidade de desenvolvimento técnico e de produção instalada, mercê da subordinação das fábricas de ambas as marcas, sob uma mesma entidade.
Ao mesmo tempo, não só a Volvo poderá ganhar um mais fácil acesso ao mercado chinês, como a Geely consegue uma porta de entrada mais fácil, para as suas marcas, na Europa.