Embora hoje em dia já com uma gama de automóveis elétricos, a Volkswagen celebrou uma parceria com a start-up chinesa XPeng, na sequência da qual, não só se tornará accionista da smart-up chinesa, como lançará duas novas propostas elétricas em conjunto com a empresa de Xangai. O primeiro, sabe-se agora, será num SUV.
O anúncio da escolha de um Sport Utility Vehicle (SUV) como primeira proposta desta nova joint-venture foi feito já esta quinta-feira, com a novidade acrescida de que o modelo resultará de um "acordo mestre" que prevê o desenvolvimento conjunto, tanto da plataforma, como do software.
Ao mesmo tempo, Volkswagen e XPeng darão início a um programa conjunto de aproveitamento de peças para plataformas e veículos produzidos por ambos os parceiros, como forma de reduzir os custos de produção.
Recorde-se que Volkswagen Group e XPeng celebraram uma parceria em julho último, a qual previa não só que o grupo alemão comprasse 4,99% das acções da start-up chinesa (compra que ficou concretizada em dezembro), por cerca de 700 milhões de dólares (pouco mais de 646 milhões de euros), mas também o lançamento, em conjunto, de dois modelos 100% elétricos, até 2026.
No entender do Volkswagen Group, a economia de escala resultante da compra conjunta de peças e materiais, mas também da combinação de esforços nos esforços de inovação em domínios como o design ou a engenharia, permitirá reduzir em mais de 30 por cento, os tempos de desenvolvimento de novos produtos.
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"No maior e mais rápido mercado de veículos elétricos do mundo, a velocidade é fundamental", defendeu, em declarações reproduzidas pela Automotive News Europe, o membro do Conselho de Administração do Volkswagen Group para o mercado da China, Ralf Brandstatter.
Ainda sobre os veículos que vierem a ser desenvolvidos ao abrigo desta parceria, apresentar-se-ão ao mercado com o logótipo da Volkswagen, embora contando com uma plataforma desenvolvida em conjunto com a XPeng, com recurso à tecnologia G9 'Edward' em que a start-up chinesa já trabalha, há cerca de uma década.
Investimento é a estratégia
Depois de ter perdido o título de marca automóvel mais vendida na China para a BYD, no final de 2022, resultado também da queda na procura por veículos a combustão no país, o Volkswagen Group começou por anunciar, já em 2023, que desenvolveria uma nova plataforma para o mercado chinês, com base na bem conhecida MEB, para aplicação em automóveis elétricos básicos. Nos quais utilizaria, igualmente, mais componentes fabricados localmente, como forma de baixar os custos.
Ao mesmo tempo, investirá ainda cerca de mil milhões de euros no erigir de um novo centro de desenvolvimento de veículos elétricos, na cidade de Hefei.
Vale a pena também recordar que as vendas de veículos a energias alternativas caíram, na China, cerca de 39 por cento, em janeiro último, tendência que nem mesmo a estratégia de descontos aplicada pela norte-americana Tesla conseguiu impedir.
Aliás, neste momento, são muitos os fabricantes de veículos elétricos a seguir uma política de corte de custos no mercado do Império do Meio, estratégia que, no entanto, a XPeng parece não querer partilhar - já este mês de fevereiro, a start-up anunciou que, mesmo com o "mar sangrento" em que vive o mercado chinês dos veículos elétricos, os objectivos imediatos da companhia passam por contratar mais 4.000 trabalhadores e investir milhões de dólares em inteligência artificial. Isto, como forma de garantir a sobrevivência em tempos particularmente complicados