Devido ao Golf 8 e ID.3. CEO da Porsche assume rédeas da Volkswagen?

O Grupo Volkswagen estará a preparar alterações na gestão, nomeadamente, a passagem de Oliver Blume, CEO da Porsche, para responsável máximo da Volkswagen.

Numa altura em que a transição para o Veículo Elétrico regista resultados distintos entre as várias marcas do Grupo Volkswagen, aquele que é também o maior construtor automóvel mundial, prepara já alterações ao nível da sua estrutura de gestão. Mais concretamente, a passagem de Oliver Blume, até aqui CEO da "feliz" Porsche, para responsável máximo da "triste" Volkswagen.

A notícia é avançada pela publicação alemã Auto Motor und Sport, que refere os estados de espírito diametralmente opostos, que, hoje em dia, se vivem na Porsche e na Volkswagen, duas das marcas do Grupo Volkswagen.

Enquanto, em Zuffenhausen, os espíritos não podiam andar mais contentes, desde logo, devido à forte procura que o primeiro elétrico da Porsche, o Taycan, tem vindo a registar, já na Volkswagen, o panorama surge, pelo contrário, bastante mais sombrio.

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Segundo a revista, a Volkswagen debate-se, neste momento, com dois importantes problemas: o Golf 8, cuja produção teve de ser interrompida ainda na fase inicial de lançamento e produção, e o ID.3, o primeiro modelo 100% elétrico da marca, cuja entrega das primeiras unidades a clientes foi, também e entretanto, suspensa. Sendo que, em ambos os casos, a razão foi a mesma: problemas de software.

Consequência destas dificuldades, que inclusivamente estarão a criar dúvidas quanto à transição elétrica que o maior construtor automóvel mundial já assumiu, os mais altos responsáveis do Grupo Volkswagen terão decidido promover alterações no topo da hierarquia da companhia, nomeadamente, realizando uma espécie de troca de cadeiras, na liderança de algumas das marcas automóveis.

Oliver Blume, o feliz CEO da Porsche
Oliver Blume, o feliz CEO da Porsche

Assim, no centro destas mexidas, parece estar o CEO da Porsche, Oliver Blume, que, impulsionado pelo aparente sucesso da aposta elétrica na marca de Zuffenhausen, deverá agora assumir as rédeas da Volkswagen, com o propósito claro de derrubar os obstáculos que impedem o normal processo de lançamento e comercialização, quer do Golf 8, quer do ID.3.

Quanto a Herbert Diess, que até aqui tem acumulado as funções de Chairman do Volkswagen Group, com o cargo de CEO da Volkswagen, deverá manter-se apenas na liderança do maior construtor automóvel mundial, cortando a ligação directa a qualquer uma das marcas.

Finalmente e no que concerne à Porsche, que poderia correr agora o risco de ficar sem CEO, deverá ser entregue a Bernhard Maier, atual CEO da Skoda. O que, acrescente-se, será, para este gestor, como uma espécie de regresso a casa, já que o seu trajecto no Grupo Volkswagen começou, precisamente, na Porsche, em 2001, enquanto responsável pela divisão de vendas da marca, na Alemanha.

Bernhard Maier começou o seu percurso no Volkswagen Group, na Porsche... à qual, agora, pode voltar
Bernhard Maier começou o seu percurso no Volkswagen Group, na Porsche... à qual, agora, pode voltar

Em abril de 2010, Bernhard Maier foi promovido a diretor de Vendas e Marketing, até que, em novembro de 2015, foi convidado para CEO da Skoda.

De resto e na sequência desta troca de cadeiras, a Auto Motor und Sport também noticia que o Director de Marketing da Volkswagen, Jochen Sengpiehl, pode, igualmente, perder o lugar, embora e neste caso específico, devido ao vídeo publicitário do Golf 8 divulgado nas redes sociais, e que foi descrito como racista.

Consequência da polémica, a Volkswagen acabou por mandar retirar o vídeo e pediu, inclusivamente, desculpas públicas, pela infeliz publicidade, prometendo, igualmente, investigar o que correu mal.

Até aqui a acumular os cargo de CEO da Volkswagen e Chairman do Volkswagen Group, Herbert Diess poderá deixar, em breve, de ter ligação directa a qualquer uma das marcas do grupo
Até aqui a acumular os cargo de CEO da Volkswagen e Chairman do Volkswagen Group, Herbert Diess poderá deixar, em breve, de ter ligação directa a qualquer uma das marcas do grupo

Entretanto, a agência noticiosa Reuters também já contactou o Volkswagen Group, procurando obter um comentário sobre estas notícias, mas a companhia terá recusado tomar qualquer posição pública sobre o tema.