Embora sejam já vários os fabricantes envolvidos no desenvolvimento desta solução, na Volkswagen, o hidrogénio não parece reunir grande número de apoiantes. A demonstrá-lo, a tomada de posição do CEO Thomas Schafer, que, defendendo não ser uma solução competitiva, descarta o lançamento de veículos a hidrogénio.
A garantia foi dada pelo próprio Thomas Schafer, durante uma entrevista, em pleno Consumer Electronics Show de 2023, com os correspondentes em Espanha da publicação alemã Autobild. Na qual o CEO da Volkswagen, não só garantiu que o hidrogénio não é visto como uma solução para a marca alemã, como, inclusivamente, revelou um pouco das razões que fundamentam a decisão.
No entender de Schafer, o hidrogénio não é, desde logo, uma solução "competitiva, em particular, quando falamos de veículos de passageiros, devido ao espaço que o tanque de hidrogénio rouba ao habitáculo". O que, embora não impeça que possa ser "uma solução adequada para os veículos comerciais, já não o é para um carro de passageiros".
Assim, é o mesmo responsável quem garante que "não vejo como possível que a tecnologia de propulsão a hidrogénio possa vir a ser uma realidade, na Volkswagen. Ou, pelo menos, não durante a presente década".
De resto e embora o CEO da Volkswagen não o aluda, vale a pena recordar o investimento que a marca alemã, tal como todo o grupo a que pertence, tem vindo a fazer em prol da implementação da mobilidade elétrica. E que não pode agora fazer perigar, nomeadamente, através de uma alteração súbita de estratégia, em que, de certa forma, retiraria algum protagonismo ao elétrico, para conseguir introduzir os veículos a célula de combustível a hidrogénio.
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De resto, o próprio Schafer assumiu, no CES de Las Vegas, onde o fabricante deu a conhecer a antevisão daquele que será o sexto elemento da família elétrica ID, o ID.7, a forma crescente como os clientes da marca têm vindo a aderir aos novos modelos 100% elétricos. Levando, mesmo, a que num ano como o de 2022, em que vendas globais do fabricante caíram cerca de 7%, a venda de elétricos tenha, pelo contrário, subido quase 24%.