Depois da fuga de informações relatando as mudanças que se preparam no topo da hierarquia do Volkswagen Group, parece continuar por pacificar o ambiente no seio do maior construtor automóvel mundial. Isto, com o até aqui todo-poderoso CEO do grupo e da marca Volkswagen, Herbert Diess, agora no centro da polémica.
A notícia é avançada pela Automotive News Europe, garantindo que, ao contrário do que poderia ser expectável, a saída de Herbert Diess, da liderança da principal marca do grupo Volkswagen, terá sido tudo menos tranquila.
LEIA TAMBÉM
Devido ao Golf 8 e ID.3. CEO da Porsche assume rédeas da Volkswagen?
Citando informações internas do próprio Grupo Volkswagen, a publicação garante que não terá sido Diess a deixar, por vontade própria, a liderança da principal marca do grupo, a Volkswagen, mas, sim, resultado de uma imposição do Conselho Fiscal do construtor. Que, passando por cima de Herbert Diess, terá nomeado Ralf Brandstaetter, até aqui chefe de operações da Volkswagen, para o cargo de CEO da marca.
De acordo com fontes ouvidas pela agência noticiosa Bloomberg, a decisão de nomear Brandstaetter, terá surgido na sequência de desentendimentos entre Herbert Diess e alguns accionistas-chave do Volkswagen Group, relativamente à forma como a marca tem vindo a ser conduzida. Com Diess a ripostar, acusando, inclusivamente, membros do Conselho Fiscal, de crime, por supostamente terem divulgado discussões internas e confidenciais
O até aqui CEO da Volkswagen terá, inclusivamente, afirmado, numa videoconferência interna com mais de 3.000 directores, que, estas revelações, poderão vir a causar problemas com as autoridades norte-americanas, que continuam a monitorizar a companhia, na sequência do acordo que veio colocar um ponto final no escândalo das emissões.
Recorde-se que, na sequência deste acordo celebrado com a Justiça norte-americana, em 2015, a Volkswagen ficou sob monitorização do regulador, até setembro deste ano.
LEIA TAMBÉM
Dieselgate: VW enfrenta maior reivindicação legal da história
Caso algo aconteça, que leve ao prolongamento desta monitorização, ou até mesmo à não obtenção da certificação de conformidade com os parâmetros de compliance, tal significará um enorme recuo nos esforços do grupo alemão, de limpar a sua imagem.
Ainda segundo as mesmas fontes, terão sido muito os elementos do Board a mostrarem-se descontentes com as declarações feitas por Diess, isto numa altura em que o Chairman e CEO já estava a ser alvo de contestação, devido aos problemas de produção relacionados com alguns modelos-chave da Volkswagen, como é o caso do Golf 8 e do ID.3.
Zangados, os membros do Board terão começado por colocar em cima da mesa a possibilidade de afastar Herbert Diess. O que acabou mesmo por acontecer, numa reunião extraordinária do organismo, realizada na segunda-feira.
No entanto e apesar desta decisão, o gestor manter-se-á como CEO do Volkswagen Group, continuando, assim, como responsável, segundo comunicou o construtor, pela estratégia global do maior fabricante automóvel mundial. O que, diga-se, inclui marcas como a Audi, Bentley, Skoda, Lamborghini e Porsche.