Mesmo com uma aposta declarada nos eléctricos e o reforço da oferta híbrida e híbrida plug-in, o Volkswagen Group acredita que não deverá conseguir alcançar as metas anti-emissões, fixadas pela União Europeia, para 2020. Razão pela qual se prepara já para as pesadas multas...
A notícia é avançada pela Automotive News Europe, com base em declarações de responsáveis do Volkswagen Group. Acrescentando que, nem mesmo o recente acordo, celebrado com o construtor chinês MG Motor, deverá permitir ao construtor alemão escapar às pesadas multas.
"A verdade é que, neste momento, não podemos ter a certeza de que conseguiremos atingir as metas estipuladas. Será, sem dúvida, uma corrida muito difícil", assumiu o responsável máximo pelas Vendas no Volkswagen Group, Christian Dahlheim.
Entendimento reafirmado, diga-se, pelo CFO do grupo, Frank Witter, que, em declarações a analistas, reconheceu que o Volkswagen Group tomou já a decisão de guardar alguns fundos de parte, suficientes para permitir, em caso de necessidade, o pagamento das multas.
"Neste momento, já colocámos de parte algumas centenas de milhões em provisões, para pagamento de possíveis multas", reconheceu.
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Witter acrescentou, de resto, que uma possível multa, no final do ano, por incumprimento das metas anti-emissões, será apenas "um precalço", até porque, garantiu, a empresa está, neste momento, "bastante confortável" relativamente às metas para o próximo ano e até mesmo a longo prazo, no que ao mercado europeu diz respeito.
"Naturalmente, seria óptimo conseguir cumprir as metas estipuladas já em 2020, mas a verdade é que, estamos a falar de uma meta a 10 anos", acrescentou o mesmo responsável, defendendo que, "mesmo que surja uma escorregadela, não será de grande monta, pelo que também não representará o fim do mundo".
Aliás e uma vez que o Volkswagen Group decidiu precaver-se quanto a uma possível penalização pecuniária, o mais certo é que, mesmo com o surgimento de multas, os ganhos do último trimestre de 2020, não deverão ser afectados.
Recorde-se que, precisamente com o intuito de atingir as metas de CO2 fixadas pela União Europeia para 2020, o Volkswagen Group celebrou um acordo com o fabricante chinês MG Motor, uma subsidiária do grupo SAIC, para que as vendas europeias de modelos elétricos da marca originalmente britânica, passassem a ser incorporadas no total das vendas do maior grupo automóvel alemão.
No entanto e porque os número da hoje em dia chinesa MG Motor são pouco mais do que residuais, na Europa, a medida acabou tendo um impacto limitado nas pretensões da Volkswagen de cumprir os limites, reduzindo não mais que 0,3 g/Km, a média de emissões do construtor germânico proprietário de marcas como a Audi, Bentley, Bugatti, Ducati, Lamborghini, Porsche, Seat, Skoda e Volkswagen.