O Volkswagen Group acaba de ser alvo de um conjunto de processos judiciais na Alemanha, sob a acusação de ter sido o principal responsável pelo incêndio que engoliu um navio de transporte de automóveis, o qual terá acabado no fundo do mar, com centenas de carros a bordo. Isto, porque, segundo a acusação, as chamas terão tido origem na bateria de um Porsche elétrico.
O sucedido, que teve lugar em 2022 e envolveu o navio de transporte Felicity Ace, chega agora à justiça alemã, pela mão de vários requerentes, entre os quais a operadora do navio, a japonesa Mitsui OSK Lines, e uma das seguradoras da embarcação, a Allianz, noticia, esta terça-feira, a Automotive News Europe, com base em declarações de um porta-voz do tribunal de Estugarda, onde deu entrada uma das queixas contra o Volkswagen Group.
De resto e segundo a mesma fonte, o processo decorre há cerca de um ano neste tribunal, tendo sido recentemente interrompido para que houvesse lugar a um processo de mediação, relacionado com um outro processo semelhante envolvendo as mesmas partes, que está a decorrer em Brunswick. E que, no caso de não ser alcançado qualquer entendimento, deverá levar a que ambos sejam retomados.
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Contactadas pela agência de notícias Bloomberg, apenas a Volkswagen aceitou comentar o caso e apenas para confirmar a existência das queixas. Preferindo, no entanto e tal como, quer a operadora do navio, quer a seguradora Allianz, não fazer mais qualquer comentário sobre o assunto.
Um incêndio devastador
Vale a pena, no entanto, recordar que, no centro deste recurso aos tribunais, está o navio de transporte de automóveis Felicity Ace, vítima de um incêndio a bordo, quando seguia ao largo do arquipélago dos Açores, em pleno Oceano Atlântico.
Incapaz de conter as chamas que então deflagraram a bordo, a tripulação acabou tendo de ser resgatada, deixando a embarcação à deriva, a ser consumida pelas labaredas.
Na altura, um e-mail interno do Volkswagen Group revelava que a bordo estavam 3.965 veículos de várias marcas do fabricante, os quais terão ido parar ao fundo do oceano, provocando um prejuízo, nas contas do fabricante, na ordem dos 155 milhões de dólares, perto de 143 milhões de euros.
Contudo e passados que estão cerca de dois anos, um conjunto de entidades vem agora acusar o maior construtor automóvel europeu de ter sido o principal responsável pelo incidente, uma vez que, segundo defendem as empresas que decidiram avançar para tribunal, o fogo terá tido origem na bateria de iões de lítio de um veículo Porsche que se encontrava a bordo do Felicity Ace. Sendo que, os proponentes, alegam ainda que o Volkswagen Group, que encomendou o serviço, não os informou do perigo e das necessárias precauções no transporte deste tipo de veículos.
Processo ainda agora começou
Entretanto e embora o processo tenha sido iniciado há cerca de um ano, os juízes do tribunal de Estugarda ainda não se pronunciaram, sequer, sobre a validade do mesmo, já que, até ao momento, as conversações entre as partes tem-se mantido na questão da definição do valor das garantias, que devem ser entregues ao tribunal, antes da queixa avançar.