Guiámos na Alemanha o novo Volkswagen Golf GTE que chega a Portugal em outubro com o preço a começar nos 41 mil euros. Para quem não "precisa" do GTI, porque dá prioridade aos consumos, a resposta é convincente: autonomia elétrica de 62 km e consumo médio (NEDC) de 1,7 L/100 km. O melhor de dois mundos é possível
A Volkswagen está a eletrificar toda a sua gama de modelos. Depois de revelar a "família" 100% elétrica (ID) anuncia agora uma estratégia de hibridização ambiciosa que tem início no Golf, seguindo duas vias distintas: por um lado, o recurso à tecnologia de 48 V (Mild Hybrid) tendo por base os motores de três cilindros (1.0 TSI e 1.5 TSI) e, por outro, propostas de carregamento externo (plug-in).
Na nova geração Golf a novidade é a existência não de uma mas de duas versões plug-in hybrid, sempre tendo por base o bloco a gasolina de 1,4 litros: eHybrid, que recebe um motor elétrico de 60 cv, enquanto o GTE utiliza um motor elétrico com 109 cv
Não disponível em Portugal, o eHybrid tem a mesma potência do anterior GTE (204 cv) mas não só o consumo elétrico é inferior (11,0 kWh) como a nova bateria de iões de lítio com 13kWh garante uma autonomia elétrica que pode chegar aos 80 km, enquanto o consumo combinado é de 1,2 litros/100 km, menos 0.7 litros do que no anterior GTE (ciclo NEDC). A velocidade máxima anunciada é de 220 Km/h e os 100 km/h são alcançados em 7,4 segundos.
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Convincente e eficaz
Em Portugal apenas estará disponível a versão GTE com 245 cv e 400 Nm de binário que aposta na dinâmica, como os números atestam: 6,7 segundos para a aceleração de 0-100 km/h e uma velocidade máxima de 225 km/h. A bateria de 13 kWh garante uma autonomia elétrica (NEDC) de 62 km, precisando de 5 horas para ser carregada na totalidade quando utilizamos as tomadas caseiras de 2,3 kW e de 3h40m caso utilizemos os pontos de carregamento de 3,6 kW. Os dois modelos, que não suportam carregamentos rápidos, por razões que se prendem com a gestão térmica da bateria, efetuam o arranque sempre em modo 100% elétrico.
Para uma maior eficiência da condução, o módulo de gestão está ligado ao sistema de navegação que, ao detetar a aproximação a uma cidade aciona imediatamente o modo de condução 100% elétrica. Além de podermos reservar para a utilização urbana a percentagem de carga de bateria que desejarmos, outra particularidade do sistema reside na possibilidade de carregamento da bateria através do motor de combustão. A VW reconhece que do ponto de vista ambiental eestala não é a melhorsolução mas garante que decidiu manter esta funcionalidade a pedido dos clientes.
Num primeiro contacto de quase 250 km, que incluiu um trajeto de cidade, autoestrada e estradas nacionais, comprovámos a eficácia do novo GTE. No modo Sport a combinação da potência e torque dos motores elétrico e de combustão (245 cv e 400 Nm) resulta numa ampla disponibilidade e numa condução apaixonante. Depois, para aqueles que preferem otimizar a relação entre performances e economia a "resposta" é convincente, com um consumo combinado de 1,7 litros (38 g CO2/km), de acordo com o ciclo NEDC. Num trajeto de 115 km, maioritariamente em autoestrada (cerca de 75%) a uma velocidade de 120-130 km/h, verificámos um consumo de 4,2 L/100 km, mas a verdade é que não explorámos por completo a capacidade da bateria que ainda chegou com 21% da sua capacidade.
Posteriormente, num percurso de estrada, com a travessia de localidades, onde o sistema comutou automaticamente para o modo de condução 100% elétrico, então a média aproximou-se do 2,1 litros/100 km, um valor francamente bom.
O novo Golf GTE (245 cv) é lançado em Portugal em outubro, estando disponível uma versão base (40 992€) e uma proposta designada de GTE + que conta com mais equipamento, incluindo suspensão adaptativa e jantes de 18 polegadas, que custará 42 565€. Ou seja, em ambos os casos, no caso das empresas, é possível, depois da dedução do IVA, colocar o preço abaixo dos 35 mil euros, ou seja, no segundo escalão de Tributação Autónoma.