Ford, VW e outros. Fabricantes em risco de pagar multas devido às metas da UE

Construtores como a Volkswagen ou a Ford podem vir a ter de pagar multas na UE, devido ao não cumprimento das metas de CO2, para 2025.

Construtores automóveis como a Volkswagen ou a Ford correm o risco de ter de pagar elevadas multas na União Europeia, devido a um possível não cumprimento das metas de CO2, para 2025. Sendo que, a culpa desta situação reside na forte diminuição da procura por veículos elétricos.

Segundo avança a Automotive News Europe, que cita dados da empresa de estudos de mercado Dataforce, os principais fabricantes automóveis estão, neste momento, obrigados a aumentar drasticamente as vendas de veículos elétricos (EV) na União Europeia (UE), sob pena de não conseguirem cumprir as metas de emissões de CO2 impostas pela Comissão Europeia, para 2025.

De acordo com os novos limites, a média do parque automóvel novo vendido na UE terá de ser, em 2025, de 93,6 gramas de CO2 por km. Neste momento, o limite, que entrou em vigor em 2021, é de 116 g/km.

Filas de trânsito

No entanto, o alcançar das metas já estipuladas estará sempre dependente das metas inidividuais impostas a cada fabricante, para a sua frota. O que leva a que, marcas que têm tradição na oferta de modelos maiores e com mais emissões, como é o caso, entre outras, da Mercedes-Benz ou da BMW, acabam sendo confrontadas com objetivos mais altos e mais difíceis de atingir.

Estes objectivos, na maior parte dos casos, só podem ser alcançados com a comercialização de um número bastante grande de veículos exclusivamente elétricos, que possam contrabalançar as vendas dos modelos maiores e, na maior parte dos casos, a combustão. 

Só Geely e Tesla estão abaixo dos limites

Neste momento e segundo os dados da Dataforce, dos principais grupos automóveis a operar na UE, apenas a chinesa Geely e a Tesla estão abaixo das metas para 2025. Podendo, por esse motivo, crescer ainda nas soluções com motores de combustão.

Contudo e enquanto a holding chinesa beneficia do crescimento nas vendas de elétricos da sua subsidiária Volvo, para poder propor mais algumas soluções alternativas, que não zero emissões, já a norte-americana Tesla, nem sequer pensa nisso, ou não fosse, de génese, uma marca de automóveis apenas e só elétricos.

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Entre os restantes fabricantes, a japonesa Toyota é aquela que mais próximo está das metas para 2025, não tanto por vender um grande número de elétricos (não vende…), mas, sim, porque é uma das marcas que maior número de híbridos com baixas emissões comercializa.

Finalmente e numa situação verdadeiramente preocupante, estão construtores automóveis como a Ford ou o Grupo Volkswagen, os dois grupos automóveis que, neste momento, mais distantes estão das metas impostas.

Um problema… elétrico

Vale a pena recordar que, a forma mais fácil e rápida, para a generalidade dos fabricantes automóveis, para conseguir ficar abaixo dos limites, é através de um aumento substancial no número de EV vendidos. Algo que, no entanto e neste momento, se afigura difícil, já que os consumidores têm vindo a preterir este tipo de veículos, especialmente depois dos governos dos principais mercados europeus terem acabado com os apoios à aquisição.

Desta forma, a quota dos EV no mercado automóvel europeu caiu, no primeiro semestre de 2024, para 13,3%, contra os 13,8% do período homólogo de 2023. Algo a que as marcas têm procurado responder, por exemplo, direccionando os consumidores para os híbridos e híbridos plug-in, apesar desta tecnologia continuar a ser vista como demasiado dispendiosa, até como forma de transição para um futuro 100% elétrico.

A Toyota é um dos fabricantes que mais perto está de cumprir os limites, neste caso, devido aos híbridos e híbridos plug-in
A Toyota é um dos fabricantes que mais perto está de cumprir os limites, neste caso, devido aos híbridos e híbridos plug-in

Finalmente, vale a pena também recordar que a UE aprovou a aplicação de multas no valor de 95€ por carro comercializado e por grama emitida, acima da meta estipulada.

Ainda ao abrigo do regulamento e limites máximos em vigor, os construtores automóveis pagaram já um total de 550 milhões de euros em multas, isto apesar da grande maioria das marcas ter conseguido alcançar as respectivas metas, dentro do prazo, revela a Dataforce.