A Volkswagen tem vindo a investir fortemente em veículos elétricos e, a propósito da polémica dos combustíveis sintéticos, o CEO da marca Thomas Schäfer não hesita em dizer que o motor de combustão é uma tecnologia antiga. Visão diferente tem a Porsche, que também faz parte do mesmo Volkswagen Group.
A discussão acerca dos combustíveis sintéticos constitui um "ruído desnecessário" porque a tecnologia do motor de combustão interna já é "antiga", afirmou o CEO da Volkswagen, Thomas Schäfer, em entrevista ao Automotive News Europe.
Questionado sobre o tema dos combustíveis sintéticos e a possibilidade de comercialização de veículos de combustão interna que os utilizem a partir de 2035, Thomas Schäfer afirmou que o debate é inútil já que a era daquele tipo de solução vai "acabar de qualquer forma" até meados da próxima década.
Segundo o CEO da Volkswagen, os veículos elétricos vão representar 80% das vendas anuais da marca até 2030 e que já existem planos para se tornar totalmente elétrica na Europa até 2033. "Porquê gastar uma fortuna numa tecnologia antiga (motor de combustão interna alimentado por combustível sintético) que não dá qualquer vantagem?", perguntou durante a entrevista.
Numa entrevista anterior à publicação alemã, Automobilwoche, o ex-CEO da Skoda revelou que as novas gerações do Passat e do Tiguan - a serem apresentadas ainda este ano - e o T-Roc em 2025 serão os últimos modelos novos da Volkswagen com motor de combustão na Europa. Isso significa que não haverá nova geração do Golf com aquele tipo de motorização.
Divergências no grupo
Voltando aos elétricos, Thomas Schäfer sublinhou que o ID.2all de produção irá custar menos de 25 mil euros e que a oferta será reforçada por uma proposta elétrica com preço abaixo de 20 mil euros em 2026-2027. Entretanto, o e-up! vai acabar em meados de 2024 porque para continuar em comercialização obrigaria à introdução de uma nova arquitetura eletrónica para cumprir os rígidos regulamentos relacionados com a cibersegurança.
A Porsche e a principal marca do Volkswagen Group têm visões diferentes relativamente aos combustíveis sintéticos. A marca de automóveis desportivos sediada em Estugarda iniciou recentemente a produção de combustíveis sintéticos na sua fábrica do Chile.
Na fase piloto, o plano passa pela produção de 130 mil litros de combustível sintético por ano e aumentar a produção até 550 milhões de litros até meados da década.
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Apesar de pertencerem ao mesmo conglomerado automóvel, a Volkswagen e a Porsche têm agendas diferentes, já que esta última procura salvar o motor de combustão interna ao disponibilizar uma alternativa com emissões zero aos veículos elétricos a bateria.