Vendas de automóveis na Europa: Portugal regista maior quebra

Portugal foi o país europeua que registou a maior quebra (-56,2%) no que toca a vendas de automóveis ligeiros de passageiros no mês de junho deste ano.

Apesar de todos os países da União Europeia terem registado quebras homólogas em junho deste ano, foi Portugal o que registou a maior de todas (-56,2%), no que toca a vendas de automóveis ligeiros de passageiros no mês de junho deste ano.

De acordo com comunicado agora lançado pela ANECRA - Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel, "todos os países europeus registaram quedas de dois dígitos no primeiro semestre deste ano".

E Portugal teve a terceira maior quebra no semestre, superando apenas a Espanha e a Croácia. No que toca ao mês de junho, o nosso País foi mesmo aquele que mais caiu em toda a Europa.

Os dados foram avançados pela Associação de Construtores Europeus de Automóveis (ACEA), que referiu Portugal como sendo o país que registou a maior quebra homóloga (-56,2%), no que toca a vendas de automóveis ligeiros de passageiros no mês de junho deste ano.

Já a média da União Europeia (UE) corresponde a um valor de -22,3%. Aqui, os mercados que tiveram piores desempenhos, logo a seguir a Portugal, foram a Croácia (-49,4%), Lituânia (-40,8%), Países Baixos (-39,2%), Grécia (-37,2%) e Espanha (-36,7%).

Com 233.814 unidades vendidas, a França foi o único país europeu a registar um crescimento de vendas no mês de junho (+1,2%), superando o mercado alemão, que vendeu apenas 220.272 automóveis, correspondendo a uma quebra homóloga de 32,3%.

Este registo positivo do mercado gaulês pode ser explicado pelos novos incentivos para estimular as vendas de veículos de baixa emissão que foram introduzidos pelo governo francês no início de junho. Apenas a Bélgica (-1,8%) e a República Checa (-5,8%) apresentaram quebras homólogas abaixo dos dois dígitos. De destacar ainda a descida de 23,1% no mercado italiano.

Portugal: terceiro país com maior quebra

No que respeita ao primeiro semestre deste ano, as descidas mais acentuadas pertenceram à Croácia (-54,4%), Espanha (-50,9%) e Portugal (-49,6%). Já a média da UE foi de um decréscimo homólogo de 38,1%, o que equivale a menos 2.634.211 de automóveis comercializados.

A Alemanha manteve o estatuto de maior mercado europeu, com 1,21 milhões de veículos, traduzindo-se num decréscimo de 34,5%, ou seja, 368.378 veículos. O mercado francês passou de 1.166.442 para 715.798 viaturas vendidas, correspondendo a um decréscimo de 38,6%.

Por seu lado, o mercado transalpino, um dos mais fustigados pelo surto pandémico, viu as suas vendas baixarem de 1.083.1845 no primeiro semestre de 2019 para 583.960 no período homólogo deste ano, caindo 46,1%. Já o mercado britânico passou de 1.269.245 para 653.502 automóveis vendidos (-48,5%).

O setor automóvel continua a ser bastante afetado pela pandemia

Menos acentuadas foram as quebras da Finlândia (-21,4%) e Suécia (-25,1%), ambos países nórdicos onde se implementaram restrições mais amenas face à pandemia. Chipre, país insular no leste do Mar Mediterrâneo, caiu 25,3%, tal como a Hungria, localizada na Europa Central.

Estes números confirmam que "o setor automóvel, que representa 7% do Produto Interno Bruto (PIB), 6% do emprego e 12% das exportações na UE, está a ser muito afetado pela pandemia", de acordo com a análise da ANECRA.

"Apesar das perspetivas de que os subsídios possam amenizar o impacto nas vendas, alguns fabricantes estão a avançar com planos de reestruturação que passam, sempre, por supressão de postos de trabalho", prossegue.

Principais marcas e fabricantes

Olhando para a venda de veículos ligeiros de passageiros na Europa (UE + EFTA + Reino Unido), "a Volvo foi a única a apresentar um saldo positivo em junho (+0,2%), mas regista uma quebra no semestre de 29,2%", explica a Associação.

Os grupos Toyota (-13,5%), Renault (-16,3%) e Daimler (-19,2%) registaram quedas abaixo dos 20% no mês de junho. As marcas Toyota e Lexus cairam 14,3% e 1,0% em junho, respetivamente. Por seu lado, a Renault caiu 15,1% em junho e a Dácia cedeu 18,4%.

A principal marca da Daimler, a Mercedes-Benz, caiu 11,6% em junho e 32,1% no primeiro semestre do ano. Mazda (-44,5%) e Jaguar Land Rover (-43,0%) registaram as piores performances em junho, com quedas acima dos 40%. A Honda caiu 35,8%.

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Quanto aos grupos automóveis, em junho deste ano, verificam-se quebras na Ford (-25,2%); Volkswagen - Audi, Skoda, Seat e Porsche (-25,9%); BMW (-26,3%) e Hyundai (-26,7%); PSA - Peugeot, Citroën, Opel e DS (-29,6); FCA - Fiat, Jeep, Lancia/Chrysler e Alfa Romeo (-28,2%); e Nissan (-29,9%).