Vendas da Tesla recuam na Europa e Estados Unidos

Política e negócios num ambiente concorrencial parece não ser a melhor das combinações conforme se pode perceber pelos resultados das vendas da Testa no mês de janeiro deste ano, que recuaram na Europa e Estados Unidos.

As vendas da Tesla registaram uma diminuição de 47,7% na Europa no mês de janeiro deste ano, tendo sido matriculadas 5517 unidades. As maiores quebras verificaram-se em Espanha (-75,5%), França (-63,4%) e Países Baixos (-42,5%).

A situação também não é melhor nos Estados Unidos, designadamente na Califórnia, que é o principal mercado de viaturas elétricas daquele país, já que as vendas recuaram 11,6%. Os principais concorrentes, por sua vez, viram as vendas aumentar 20%. Não obstante este recuo, a Tesla ainda continua a ser responsável por 52,5% das vendas na Califórnia.

Entre os principais motivos apontados pela imprensa para esta quebra é a imagem de Elon Musk, cuja popularidade tem vindo a cair na sequência das suas declarações polémicas e das interferências políticas. Muitos consumidores europeus e norte-americanos podem estar a optar por outras marcas, evitando associar-se à imagem polémica do fundador da Tesla.

Contudo, o recuo nas vendas também tem outras explicações, mas de caráter estrutural. Geralmente, o primeiro trimestre é sempre o mais fraco da Tesla porque a empresa esgota os seus stocks no final do ano para otimizar os seus balanços financeiros e assim deixar felizes os acionistas e os investidores.

Por outro lado, a introdução do novo Model Y também acarreta impactos na produção e na disponibilidade de veículos para entrega no mercado europeu.

Tudo indica que a Tesla está a enfrentar um duplo desafio. Por um lado, tem de lidar com uma concorrência cada vez mais aguerrida e com uma maior oferta; por outro lado, recuperar a sua imagem junto dos clientes interessados em veículos elétricos.