Dando largas à imaginação, a Daimler inspira-se nos Silver Arrow dos anos 1930 para nos abrir, de par em par, uma janela sobre o futuro Em 1937 uma flecha de prata atingiu os 432,7 km/h na auto-estrada A5, entre Frankfurt e Darmstadt, na Alemanha, estabelecendo um recorde de velocidade em estradas públicas que se manteria até novembro de 2017. Era o Mercedes W 125 de 12 cilindros, pilotado por Rudolf Caracciola. Um marco histórico que a Mercedes jamais esqueceu e que ainda hoje lhe alimenta a alma. A tal ponto que serviu de inspiração para um dos concepts mais arrebatadores jamais criados pela Daimler: o Mercedes EQ Silver Arrow, desvendado na Monterey Car Week, na Califórnia, e agora exibido no salão de Paris. [https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0695_024.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_001-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_003-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_005-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_006-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_007-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_008-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_010-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_012-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_018-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_019-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_006-111111.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_008-22222.jpg] O diretor de Design da Daimler, Gorden Wagener, tem uma profunda paixão pelos Mercedes recordistas do passado. Silhuetas longas, esguias e baixas, com longos capots, cockpits reduzidos, traseiras afiladas e descendentes, rodas grandes, linhas esculpidas pelo vento. São estas as formas que encontramos numa coleção de concepts desenhados pelo seu lápis nos últimos anos, e que têm deliciado os visitantes dos mais recentes salões internacionais. Vision Mercedes-Maybach 6 e Maybach 6 Cabriolet são os exemplos mais marcantes, aos quais se junta este EQ Silver Arrow, uma autêntica montra sobre o Design futuro da marca que, à partida, pode parecer demasiado vanguardista para se tornar realidade, mas que não deixa de incluir várias soluções que se encaminham para as nossas estradas, sejam elas tecnológicas ou estilísticas. A busca pela beleza pura combina-se aqui com o choque consciente entre o digital e o analógico. Os 5,3 metros de comprimento e apenas um metro de altura resultam numa silhueta que o liga aos parentes antes referidos, destacando-se também o cockpit monolugar. Toda a estrutura e carroçaria são feitas em fibra de carbono, com a inevitável e histórica pintura em tons prateados, que a marca pretendeu aproximar ao futurístico efeito do metal líquido. Recorde-se que a própria designação Silver Arrow (flecha de prata) resulta da ausência de pintura nos carros históricos, por razões de redução de peso, deixando o alumínio das carroçarias à vista. Detalhes igualmente marcantes e que não estarão tão desligados de uma futura realidade quanto isso são, por exemplo, as rodas parcialmente carenadas, por questões aerodinâmicas. O difusor traseiro tem idêntica finalidade, assim como os dois spoilers traseiros a funcionarem como travões aerodinâmicos. Há também neste concept várias soluções que nos alertam para a importância crescente da inteligência artificial. Um ecrã panorâmico mostra-nos em imagens 3D tudo o que se passa à volta do carro, incluindo eventuais faixas de rodagem onde esteja disponível a recarga das baterias em andamento, por indução. Outra solução curiosa é a projeção de um adversário fantasma numa situação de corrida virtual, um pouco à semelhança do que fazem os atuais jogos de consola, assim como a interacção com um "treinador" digital que nos dá conselhos de pilotagem a cada momento. [https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0695_024.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_001-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_003-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_005-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_006-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_007-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_008-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_010-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_012-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_018-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_019-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_006-111111.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2019/04/18C0720_008-22222.jpg] Mais próximo da realidade está o ecrã tátil colocado no volante, através do qual o condutor pode selecionar os diversos modos de condução disponíveis, assim como os diversos tipos de sonoridade do motor, seja o grito de monolugar de Fórmula 1, seja o rugido grosso de um V8 da AMG. Assim se disfarça o silêncio mecânico que se vive a bordo do EQ Silve Arrow, já que se trata de um elétrico puro, equipado com um motor de 750 cv de potência e a anunciar uma autonomia de 400 km, proporcionados por uma bateria com 80 kWh de capacidade, arrefecida por entradas de ar colocadas na lateral da carroçaria.