De acordo com dados da ACEA, as vendas de veículos elétricos na União Europeia ultrapassaram em junho, pela primeira vez, as dos diesel. Tudo indica que a tendência será para manter.
O anátema lançado sobre os motores diesel pelos ambientalistas radicais na sequência do Dieselgate já está a ter consequências nas vendas de automóveis novos na Europa. No mês de junho, e segundo dados da ACEA (Associação de Construtores Europeus de Automóveis) foram matriculados, pela primeira vez, mais viaturas elétricas do que diesel.
Nos países da União Europeia, a quota de mercado das motorizações diesel diminuiu para apenas 13,4%, valor inferior aos 17,4% registado em junho de 2022.
A diminuição das vendas de veículos diesel permitiu aos seus congéneres passaram para a frente e pela primeira vez. Na verdade, os elétricos alcançaram uma taxa de penetração de 15,1% em junho de 2023 contra 10,7% em período homólogo do ano anterior.
Os veículos híbridos "puros", isto é, não recarregáveis externamente, também vendem mais do que os diesel, graças a uma quota de mercado de 24,3%. Os híbridos plug-in (PHEV), por sua vez, obtiveram um taxa de penetração de 7,9% em junho de 2023, inferior aos 8,2% verificados no mesmo mês do ano anterior.
Gasolina domina vendas
As estatísticas da ACEA indicam que os automóveis a gasolina continuam a ser os mais vendidos na União Europeia, com uma quota de mercado de 36,3%. Em junho foram matriculadas 379.067 unidades, um aumento de 11% face ao ano anterior. Apesar dos números totais serem mais elevados, a quota de mercado desceu de 38,5% para 36,3% devido ao aumento das matrículas de veículos elétricos.
Se é verdade que as motorizações diesel começam a perder terreno na União Europeia, a ACEA registou um aumento significativo nas vendas de 10,3% na Alemanha e nos mercados da Europa Central. A Roménia alcançou o maior crescimento percentual em junho de 2023 em comparação com período homólogo do ano passado, com uma subida nas vendas de 22,4%.
No acumulado relativo ao primeiro semestre de 2023, as vendas de automóveis na União Europeia cresceram 17,9% para 5,4 milhões de veículos, mas este valor ainda está 21% abaixo do registado nos primeiros seis meses de 2019, isto é, antes da pandemia.
A ACEA refere que os constrangimentos na cadeia de abastecimento deixaram de ser uma questão, embora as pessoas ainda tenham de esperar muito tempo por alguns modelos.
Euro 7 pode acabar com segmento B
Com a entrada em vigor da norma Euro 7 em 2025 é previsível que os fabricantes acelerem a transição para veículos elétricos e também uma diminuição no número de veículos de combustão em comercialização.
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O Volkswagen Group já avisou que os carros de segmento B estão em perigo porque para que os motores de combustão cumpram as normas mais exigentes são necessários mais investimentos, tornando estes modelos demasiado caros.