São sem dúvida divertidas as tiradas da parte do Grupo Volkswagen e da Fiat-Chrysler relativamente a uma possível fusão… Quando foi inaugurado o Salão de Genebra foi confirmado um grande negócio na indústria automóvel, com a GM a vender a Opel aos franceses da PSA, mas também começaram a circular (novos) rumores sobre uma possível fusão entre a Fiat-Chrysler e o Grupo Volkswagen. Este tema tem dado origem a um curioso e divertido diálogo à distância entre os líderes das duas empresas, Matthias Mueller da parte dos germânicos e Sergio Marchionne a representar o consórcio italo-americano. Inicialmente o negócio parecia estar condenado, com o líder da VW a afirmar que "temos outros problemas", referindo ainda que "Não vejo Marchionne há meses". Posteriormente Matthias Mueller inverter ligeiramente o discurso, referindo que "não excluo uma conversação" sobre o tema, mas voltando a confirmar que "não existe qualquer contacto entre mim e o Sergio Marchionne". Estas expressões frias tiveram resposta do líder do grupo italo-americano, que explicou desde logo que quem teria a ganhar seria a VW, já que a integração da Opel na PSA reduz a distância do segundo para o primeiro classificado do mercado europeu. Aproveitando para marcar posição, Marchionne afirma que tem "zero interesse" neste negócio, pois ele seria mais importante para os alemães, e que por isso "se ele [Mueller] quiser vir ter comigo, sabe onde eu vivo…". O CEO italiano foi mais longe e referiu que "não o persegui e não o vou perseguir. Se estou certo sobre a consolidação [da indústria automóvel], e necessidade de produzir a maior escala, somos o local natural para ele ir". Algo que poderia motivar uma conversa, mas que nunca irá partir da Fiat-Chrysler, como explicou o seu líder. "Não vou ligar ao Matthias. Não tenho interesse". Esta é sem dúvida, uma luta de galos, em que ninguém quer dar o primeiro passo. Tendo em conta que são frequentes as notícias de um possível casamento entre alemães e italo-americanos, quase podemos concluir que este é um arrufo de namorados, que estão amuados e se recusam a dar o primeiro passo para voltar ao diálogo. Isso mesmo demonstram outras das declarações de Matthias Mueller no Salão de Genebra. No certame helvético o líder do Grupo VW criticou as constantes declarações do seu homólogo italiano, e referiu que "ajudaria muito se o Sr. Marchionne comunicasse as suas considerações a mim, e não a vocês [jornalistas]", concluíndo ainda que "Estou muito confiante do futuro da Volkswagen, com ou sem Marchionne".