Vencida a resistência, U.E ganha mais poderes anti-fraude

Após ter sido superada a desconfiança e posição contrária da Alemanha e Itália às novas legislações, as autoridades comunitárias reforçam o seu papel de supervisão para evitar a repetição de escândalos como o Dieselgate. A União Europeia vai brevemente ganhar maior controlo para garantir o cumprimento das regras de emissões, após os países membros terem chegado a acordo sobre esta matéria. Assim está aberto o caminho para a introdução das novas regras de que já lhe tínhamos dado conta, onde se destaca desde logo a possibilidade de serem penalizadas em 30.000€ por cada carro as marcas que cometam fraudes e tentem encontrar subterfúgios para não cumprir as legislações vigentes. Por exemplo, e tomando como exemplo o escândalo do Dieselgate que esteve na origem da mudança da legislação, os 8 milhões de carros afetados na Europa poderiam significar, caso fosse com o valor máximo das multas, 240 mil milhões de euros em penalizações!   Estas novas regras significam também que, apesar das autoridades rodoviárias nacionais manterem o direito de emitir e revogar licenças de comercialização, que é a U.E a definir a obrigatoriedade de um determinado número de testes em condições reais de utilização dos automóveis. O que representa mais um ensinamento ganho com o grande escândalo de emissões daquele que era o maior fabricante mundial da altura. Porque foi precisamente através da análise em estrada que ficou clara a existência desta alteração nos níveis de poluição, pois os softwares estavam programados para alterar o comportamento em laboratório. Uma novidade importante, também derivada do Dieselgate, é a obrigatoriedade dos fabricantes fornecerem às autoridades os protocolos de software dos carros. Porque foi precisamente nessa área, na forma como um programa reconhecia se estava em laboratório, e alterava o funcionamento do controlo de emissões, que surgiu a maior fraude dos últimos anos no sector automóvel.
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Relativamente à proposta inicial surgiu uma alteração, caindo a intenção de alterar a forma de financiamento dos laboratórios de testes. Porque a ideia inicial era que eles deixassem de receber verbas dos próprios fabricantes, por ser dito que isso levanta suspeitas sobre a isenção destas autoridades. No entanto, esta pretensão não vingou e continuam a ser as marcas a fornecer o dinheiro para estes centros se manterem em funções. As novas regras vão agora passar à fase de aprovação por parte dos Estados-Membro e do Parlamento Europeu, para que entrem em vigor a partir de 1 de setembro de 2020. Fonte: Automotive News