A ausência de um acordo pós Brexit está a preocupar as associações europeias de transporte rodoviário, que já enviaram uma carta aberta aos negociadores da União Europeia e do Reino Unido para que seja possível alcançar a um entendimento.
As 33 associações empresariais europeias de transporte rodoviário, onde se inclui a portuguesa ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) publicaram uma carta aberta, apelando aos negociadores da União Europeia e do Reino Unido para que chegue a um acordo para o período de pós transição do Brexit.
Para agravar a situação, o Governo britânico fez aprovar uma lei no Parlamento britânico que permite "anular" alguns compromissos relativos à Irlanda do Norte que estavam previstos no acordo de saída da União Europeia.
Bruxelas, por sua vez, já reagiu e decidiu instaurar um procedimento de infração contra o Reino Unido junto do Tribunal de Justiça.
Impacto significativo no setor
Numa carta dirigida a Michel Barnier e a David Frost, coordendada pela IRU, as associações europeias do transporte rodoviário apelaram às partes para que cheguem a um acordo que proteja a circulação de veículos pesados de mercadorias entre a União Europeia e o Reino Unido.
O acordo permitirá o fluxo de trânsito entre os respetivos territórios sem necessidade de autorizações especiais de circulação e o recurso a sistemas de cotas.
Segundo os signatários da carta aberta, o acordo de comércio livre entre as duas partes protegeria a cadeia de abastecimento e apoiaria as economias em toda a União Europeia. Anualmente circulam 2,3 milhões de camiões nos dois sentidos entre o Reino Unido e a União Europeia.
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Caso não seja possível alcançar um acordo entre o Reino Unido e a União no final do ano - uma hipótese cada vez mais plausível atendendo aos recentes desenvolvimentos - os operadores de transporte internacional irão ser confrontados com prejuízos adicionais, que se virão a acrescentar aos 64 mil milhões de euros causados pelo impacto da pandemia por COVID-19.
A ausência de um acordo de comércio livre levará à implementação de regimes nacionais diversos e fragmentados que se traduzirão, inevitavelmente, no aumento de custos, em tempos de viagem mais morosos e em possíveis interrupções na cadeia de abastecimento.