A visão sobre a possibilidade de eliminar os diesel dos futuros lançamentos da marca para o mercado europeu foi partilhada no Salão de Tóquio por Didier Leroy, considerado o nº2 da cadeia de decisão da Toyota. Considerada a maior força do sector automóvel no segmento dos híbridos, com mais de dez milhões de vendas acumuladas, a posição de liderança e a progressiva aceitação da tecnologia pelos clientes da Toyota podem brevemente decretar o fim dos veículos diesel no portefólio da marca para a Europa. Quem o afirma é o Vice-Presidente Didier Leroy, que no entanto ressalva que esta é a sua opinião pessoal e que não se trata de uma decisão corporativa. Mas, como se considera que este executivo ocupa o segundo lugar na hierarquia de definição da estratégia da marca, apenas atras do CEO Akio Toyoda, sem dúvida que as suas palavras servem de indicação para o futuro. Leroy começa por explicar que "na minha opinião pessoal – e é a minha opinião pessoal, não a da companhia – não, nós não vamos lançar mais nenhum veículo diesel [na Europa]". O Vice-Presidente da marca asiática explicou que esta visão estratégica não surgiu agora, mas já em 2014, antes do Dieselgate, quando começou o desenvolvimento do crossover C-HR (que já não é oferecido com nenhuma motorização diesel). Este modelo tem vindo a ser um verdadeiro sucesso de vendas a nível europeu, oferecendo um grande impulso à Toyota no segmento SUV. Recordando o início do processo de conceção do modelo, Didier Leroy explica que "temos essa visão, há muito tempo, de não iriamos vender o C-HR com motor diesel. Na altura os distribuidores estavam contra a minha visão. Diziam que precisavam do diesel para ter mercado. Mas precisávamos de seguir uma tendência a longo prazo de veículos ecológicos". Para a possível exclusão dos motores a gasóleo é também importante a equiparação, em outros modelos, dos preços dos modelos híbridos aos diesel. Foi o caso do novo Yaris, que foi lançado com um preço de 18670€ na versão híbrida de 100CV e de 18730€ para o diesel. Mas de certa forma, Leroy pode ter sido em 2014 um verdadeiro visionário ao antever, com três anos de antecedência, o declínio que se começa a notar dos diesel na Europa, onde no semestre inicial deste ano os seus totais de vendas foram superados, pela primeira desde 2009, pelos modelos a gasolina. Fonte: Autocar
