Hoje em dia já utilizado, mas no estado gasoso, coube, no entanto, à Toyota realizar o primeiro teste com um carro de competição impulsionado por hidrogénio líquido. E, isto, apesar dos muitos condicionalismos que esta solução ainda encerra, como é o caso de ter de ser mantido a -253 C°!
O teste ocorreu no final do último mês de fevereiro, no circuito japonês de Fuji, no Japão, tendo como protagonista um Toyota Corolla para competição cuja decoração é praticamente igual à de um outro que a marca nipónica deu a conhecer há algum tempo atrás e que foi novidade por utilizar como combustível hidrogénio... gasoso.
Desta feita, contudo, os engenheiros da Toyota decidiram alterar "um bocadinho" as coisas e colocaram o Corolla a funcionar a hidrogénio líquido.
"Estamos a trabalhar com o objectivo que criar um futuro para o motor de combustão", explicou o piloto responsável por colocar o Corolla azul e amarelo à prova, Masahiro Sasaki, recordando que a solução do hidrogénio líquido agora testada sempre foi "uma tecnologia considerada impossível para aplicação em automóveis, um território desconhecido de -253 graus centígrados".
No entanto e "embora ainda existam muitos obstáculos a ultrapassar, como, de resto, também acontece no caso do hidrogénio gasoso, temos esperança que o desenvolvimento rápido que vamos alcançando em pista se venha a repercutir nos carros do dia-a-dia", completou Sasaki.
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De resto, a equipa de engenheiros da Toyota responsáveis pelo desenvolvimento deste carro de competição assume como objectivo competir na próxima temporada de corridas Super Taiku, cujo arranque está previsto para o final deste mês de março. Sendo, até ao momento, o carro já fez três sessões de testes durante o mês de fevereiro, simulando condições reais de corrida e dividindo a pista com outros carros.
No entanto e ao contrário destes, o Corolla a hidrogénio líquido tem de ser reabastecido em alturas próprias e pré-definidas, uma vez que o hidrogénio líquido é não apenas mais denso em energia do que em gás, o que também ajuda a aumentar a autonomia, como ocupa menos espaço. Facilitando não só o seu transporte, como o formato dos próprios tanques de combustível, que podem assumir várias formas.
Transposto para um ambiente de corrida, o abastecimento em estado líquido também passa a poder ser feito com maior facilidade.
Assim e mais complicado, é mesmo a necessidade imperiosa de manter o hidrogénio em estado líquido, a uma temperatura negativa de -253 C°, a qual tem de ser preservada, inclusive, durante o abastecimento. Sendo que os engenheiros também têm de conseguir lidar com a vaporização natural do hidrogénio, à medida que os tanques aquecem.
Para a Toyota, no entanto, o desenvolvimento de vários tipos de combustível, que possa ser um substituto dos combustíveis fósseis, contribuirá para ajudar as sociedades a abandonarem estes últimos.