Procurando acompanhar a evolução do próprio Automóvel, o Transport Research Laboratory, organismo responsável pela realização do programa de segurança automóvel mais conhecido como Euro NCAP, acaba de anunciar uma revisão dos protocolos e métodos de realização dos testes anti-colisão. E que, segundo as informações já divulgadas, passa, entre outras novidades, pela inclusão de um novo teste de compatibilidade, mas também por impactos laterais mais fortes.
Estas novas medidas, cuja aplicação terá lugar ainda no decurso deste ano, em princípio, mais para o final de 2020, foram, de resto, já descritas pelo director da Thatcham Research e membro da administração do Euro NCAP, Matthew Avery, como "a maior alteração feita, durante a última década, nos protocolos dos testes de impacto do Euro NCAP".
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Uma novidade chamada teste da compatibilidade
Sobre as alterações propriamente ditas, a britânica Autocar avança que tudo começa, desde logo, pela adopção de uma nova "Mobile-offset Progressive Deformable Barrier". O que significa que passam a existir, não uma, mas duas barreiras móveis, num teste de colisão frontal. Sendo que, após o embate, será medido o nível de intrusão, tanto no veículo, como na barreira.
Segundo o mesmo Matthew Avery explicou à publicação britânica, esta medida visa "incentivar os fabricantes de veículos maiores, a compartilharem parte do ónus do impacto, com os veículos menores". Já que, "historicamente, tanto os SUV, como outros modelos maiores, sempre oferecendo um bom nível de proteção aos seus ocupantes. Já os veículos mais pequenos, com os quais, por vezes, chocam, não conseguem oferecer, infelizmente, os mesmos resultados. Assim, aplicado o novo teste de compatibilidade, se o veículo maior se mostrar demasiado rijo e excessivamente agressivo para o mais pequeno, será penalizado em conformidade".
THOR, um novo dummy mais sensível
Juntamente com este novo teste, a revisão trará ainda uma evolução do já conhecido boneco de testes, denominada THOR, e que, segundo o organismo, apresenta como principal novidade o facto do boneco, ou "dummy", apresentar reacções mais semelhantes às de um ser humano. Com Avery a acrescentar que, o novo boneco, "é não só mais complexo, como mais sensível, além de conseguir registar quaisquer lesões abdominais".
De resto e no caso dos impactos laterais, também passarão a levar em linha de conta o movimento de todos os ocupantes, na sequência de um embate, e não apenas aqueles mais expostos à zona onde se deu o choque. Passando a ser levado, igualmente e em linha de conta, a reacção de todos os airbags instalados nos compartimentos centrais.
Sistemas autónomos de travagem também reavaliados
Igualmente alvo de análise, foram os protocolos de avaliação dos sistemas de travagem de emergência autónoma, os quais passarão a ser sujeitos a um novo teste, denominado "Turn Across Path". Destinado a apurar a capacidade de prevenção de acidentes, em cruzamentos.
Finalmente, o novo Euro NCAP, passará, ainda, a avaliar os sistemas pós-acidente, como é o caso do eCall, com o objectivo de apurar quais os modelos que melhor informação, sobre a sua localização, fornecem aos serviços de emergência. Até, como forma de diminuir o tempo de resposta destes serviços, na eventualidade de, uma vez chegados ao local, ainda terem de desencarcerar os ocupantes, antes de os poderem levar o hospital.
Um novo tempo
Divulgados os novos protocolos que passarão a ser aplicados na realização de todos os testes de segurança Euro NCAP, o Transport Research Laboratory recorda, ainda, que, tal como já salientou em alterações anteriores, não é correcto fazer qualquer comparação, entre os modelos entretanto já analisados, e os seus rivais, que possam ter sido submetidos a testes mais antigos e, por isso, teoricamente mais fáceis.