Numa altura em que os veículos elétricos registam uma diminuição na procura em todo o mundo, a Tesla pode ter descoberto um novo filão: a abertura da sua rede de carregamento de Superchargers a outros fabricantes automóveis!
Depois do investimento feito numa rede própria de carregamento de veículos elétricos (EV), mais potente e rápida que a generalidade dos restantes postos, a Tesla acaba de oficializar a abertura da sua rede de Superchargers a outros construtores que, mediante a adaptação dos seus EV, tenham interesse de, em prol dos seus clientes, subscrever o serviço.
O primeiro a adoptar, na plenitude, o sistema, foi a Ford, cujos veículos elétricos estão já capacitados e autorizados a, pelo menos no mercado norte-americano, carregar as baterias nos postos de carregamento da Tesla. Com o próprio CEO da marca da oval azul, Jim Farley, a mostrar-se, através da rede social 'X', rendido à parceria, já que "tudo funciona muito bem".
Contudo e segundo avança agora o site Eletrek, a abertura da rede Tesla pode vir a tornar-se um novo segmento de negócio considerável para a empresa fundada por Elon Musk, a qual já cobra cerca de 30 por cento mais, em média, quando se trata de um utilizador não-Tesla.
Caso esse mesmo utilizador pretende desfrutar dos Superchargers, ao mesmo preço dos veículos da marca, poderá fazê-lo, mas apenas se subscrever uma assinatura mensal com um valor acrescido de 13 dólares, perto de 12 euros.
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Numa altura em que já são vários os fabricantes a fornecer os seus elétricos com a tomada de carregamento NACS (North American Charging Standard) da Tesla, um analista do sector ouvido pelo canal de televisão CNBC veio já defender que a Tesla pode vir a embolsar, anualmente e até 2023, entre 6 a 12 mil milhões de dólares (5,5 a 11 mil milhões de euros, à cotação atual), só com a abertura da sua rede de Superchargers a outros veículos elétricos.
De resto, um outro analista, da consultora Wedbush, veio também defender uma valorização da rede Supercharger entre os 10 e os 20 mil milhões de dólares (entre os 9,2 e os 18,4 mil milhões de euros), concluindo que, só este negócio, pode vir a representar, para a Tesla, pouco menos de 10% da sua receita total, até 2030.
Recorde-se que, em, 2023, o fabricante faturou um valor recorde de 1,79 mil milhões de dólares (1,65 mil milhões de euros), só com a venda de créditos de carbono. Valor, sem dúvida, importante para as contas do fabricante, mas que, ainda assim, fica muito aquém daquilo que a abertura da rede Supercharger a outras marcas pode representar.
Resta apenas saber se, essa mesma política, não tornará, no futuro, a vida mais difícil para os proprietários de veículos Tesla, habituados que estão a chegar, ver… e atestar.