Tesla Investor Day 2023. Não um modelo novo mas uma nova forma de fabricar

Afinal, o Tesla Investor Day 2023 não revelou o próximo modelo da marca, mas muitos indícios, sobre esse tema e muitos outros...

Ao contrário do que muitos esperavam, o Tesla Investor Day 2023 acabou não revelando aquele que será o próximo modelo da marca norte-americana e que, inclusivamente, estreará uma nova plataforma. Ainda assim, deixou alguns indícios, não apenas sobre esse tema, como também e principalmente, sobre vários outros...

Iniciativa tradicionalmente importante para as ambições de futuro dos fabricantes automóveis, desde logo, por se destinar a presentes e futuros investidores, o Investor Day 2023 da Tesla acabou não dando respostas às principais ansiedades dos fãs da marca fundada por Elon Musk, que aguardavam o anúncio de um novo modelo de entrada, cujo preço rondará os 25 mil euros, e que permitirá, também, ao construtor, conquistar novos públicos.

Ainda assim e segundo noticia a britânica Autocar, o evento acabou deixando algumas dicas, não apenas sobre este tema, como também sobre muitos outros, integrados numa estratégia a que marca norte-americana de veículos elétricos deu o nome de 'Maspterlan Part 3'. E que, mais do que incidindo sobre novos modelos, como seja o caso dessa nova proposta de entrada, ou até mesmo os não menos aguardados Cybertruck e Roadster, veio prometer avanços na construção de automóveis, capazes de tornar mais barata e rápida a sua produção.

Foto: Tesla / Screenshot
Foto: Tesla / Screenshot

Relativamente aos novos modelos, o responsável pelo departamento de Engenharia da Tesla, Lars Moravy, apenas deixou a garantia de que, o carro de 25.000€, "não será um Model Y", enquanto o director de design, Franz von Holzhausen, prometeu que, mais informações sobre o modelo, serão divulgadas "em data posterior".

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No caso específico da Cybertruck, ambos os responsáveis acabaram confirmando que a pickup entrará em produção ainda este ano de 2023.

Menos custos, menor peugada ambiental

Aliás e na sequência, precisamente, do tema Cybertruck, os responsáveis da Tesla recordaram que, os novos métodos de produção, explorados pela primeira vez com a pickup, permitem uma redução de 40% naquela que é a peugada ambiental da própria fabrica, além de uma economia de custos de até 50%. Mas também uma redução drástica na possibilidade de atrasos em casa etapa do processo de fabrico.

Ainda de acordo com a Autocar, a Tesla assume como objectivo minimizar a quantidade de trabalho necessária, em cada etapa do processo, por exemplo, fixando os bancos directamente na caixa da bateria, com a base inteira a ser então acoplada à carroçaria, que recebeu a pintura por secções, de forma a evitar que as portas tenham de ser retiradas e reinstaladas de segunda vez.

A Tesla pretende implementar um novo processo de produção, que impeça o "inferno" que foi o início do processo de montagem do Model 3. Foto: Tesla
A Tesla pretende implementar um novo processo de produção, que impeça o "inferno" que foi o início do processo de montagem do Model 3. Foto: Tesla

Segundo Moravy, este novo processo permitirá que o fabricante não tenha de voltar a debater-se com os contratempos que atrasaram o lançamento do Model 3 e que "conduziu-nos a um verdadeiro inferno na produção", mas que também teve a ver com o facto dos processos utilizados hoje em dia, serem baseados naqueles que foram desenhados por Henry Ford. E, desabafou, "a verdade é que é difícil mudar o processo de produção de automóveis, após 100 anos a fazê-lo praticamente da mesma forma".

"Fazer apenas o estritamente necessário"

Basicamente, explicou o mesmo responsável, trata-se, essencialmente, de "fazer apenas aquilo que é estritamente necessário", ou seja, evitar qualquer movimento ou desmontagem desnecessária do veículo ou dos seus componentes, durante o percurso que tem de fazer na linha de montagem.

Finalmente, os responsáveis da Tesla avançaram, ainda, que, as atualizações já feitas ao nível da tecnologia das baterias e dos motores, resultaram numa de redução de 75% na utilização de carboneto de silício, sendo que, a futura plataforma de nova geração, deverá ser capaz de acomodar todo o tipo de baterias, independentemente da fórmula química utilizada. Além de contribuir para uma redução no custo de cada veículo produzido, na ordem dos 1.000 dólares, ou seja, qualquer coisa como 940€/veículo.

Foto: Tesla / Screenshot
Foto: Tesla / Screenshot

Já quanto aos motores, foi o director de sistemas de propulsão da marca norte-americana, Colin Campbell, quem deixou a garantia de que a próxima geração de propulsores da Tesla, não utilizará quaisquer metais de terras raras na sua construção.