A Tesla acaba de abrir outra frente de confronto, na luta contra os fabricantes europeus, pela liderança na Mobilidade Elétrica, após adquirir uma licença de fornecimento de energia, para os mercados da Europa Ocidental.
A notícia é avançada pela Automotive News Europe, acrescentando que, com a entrada da marca norte-americana também no sector do fornecimento de energia, tal poderá permitir à Tesla fazer baixar consideravelmente o preço dos carros, numa altura em que rivais como as marcas do Volkswagen Group ou a Mercedes-Benz, começam a disponibilizar cada vez mais modelos elétricos.
Ao mesmo tempo, acrescenta a publicação, a Tesla poderá, ainda, avançar, sozinha ou em parceria, para a aquisição de instalações e serviços já estabelecidos, nomeadamente, na Alemanha. País que é, não apenas o maior mercado europeu de eletricidade, como também o principal produtor automóvel.
A entrada da marca automóvel norte-americana no mercado europeu de fornecimento de energia deverá levar, igualmente, a um aumento da concorrência entre os líderes do mercado energético do Velho Continente, numa altura em que estes também a investir em serviços de mobilidade elétrica, mas que também estão pressionados pelo custos de encerramento de fábricas de produção de energia a partir de combustível fóssil e nuclear.
A importância do fornecimento e gestão da energia
Recorde-se que, além de automóveis elétricos, a Tesla já comercializa painéis solares, assim como sistemas de armazenamento de energia Powerwall, para habitações. Embora, com a compra desta licença, pareça estar interessada em vender energia diretamente ao consumidor final, ao mesmo tempo que utiliza os sistemas de armazenamento doméstico para fornecer serviços à rede.
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Aliás, em junho última, a empresa de Elon Musk tornou-se membro da bolsa de energia EPEX Spot, com sede em Paris, uma plataforma usada para comercializar grande parte da eletricidade entre países na Europa Ocidental.
Apenas um mês depois, a Tesla decidiu avançar com um inquérito junto dos seus clientes alemães, questionando-os não somente sobre o seu possível interesse em serviços energéticos, mas também se estariam na disposição de entregar à marca a responsabilidade de determinar quando é que os seus carros devem ser carregados.
Em caso afirmativo, a marca norte-americana poderia determinar carregamentos em horários e mediante tarifas mais baratas, fora das horas de pico, recordam fontes ouvidas pela Automotive News Europe.
Ao mesmo tempo, a Tesla também passaria a poder usar a energia armazenada pelos seus clientes, para equilibrar a potência na rede, isto numa altura em que esta é uma preocupação cada vez mais premente, face à dependência da Alemanha relativamente a fontes de energia renovável.