Embora, para o cidadão comum, isto seja tudo menos notícia, a situação não deixa de merecer destaque: Carlos Tavares, o CEO de um dos maiores grupos automóveis da atualidade, a Stellantis, acaba de manifestar publicamente a sua preocupação com um facto já conhecido - os carros estão cada vez mais caros.
A manifestação desta preocupação foi feita, pelo gestor português, em declarações ao jornal norte-americano 'The Detroit Bureau', nas quais Carlos Tavares disse estar "muito preocupado com o facto do nível de acessibilidade [na compra de automóvel] estar a tornar-se um problema cada vez maior, à medida que as pressões inflacionárias crescem".
Para o CEO do grupo Stellantis, proprietário de marcas europeias como a Fiat, a Alfa Romeo, a Citroën, ou a Peugeot, e de americanas como a Jeep, a Dodge, ou a Ram, é importante que a classe média consiga comprar automóveis. Contudo, o aumento de preço que tem vindo a registar-se nos carros, acabou colocando uma pressão enorme sobre a situação financeira em que vivem estes clientes.
Quanto às razões para esta situação, os dados apontam em vários sentidos, a começar, pela redução nas produções que os construtores automóveis têm sido obrigados a fazer, seja devido à escassez de chips no mercado mundial, ou ainda a questões relacionadas com as cadeias de distribuição e até mesmo com a própria pandemia de COVID-19. E se a tudo isto juntarmos ainda o recente conflito militar na Ucrânia, assim como uma subida recorde da inflação ...
Stellantis já definiu estratégia
Quanto à Stellantis, a resposta esta dura realidade, que cria problemas não apenas aos consumidores, como também às empresas que precisam de escoar os seus produtos, parece surgir através da já anunciada intenção de apostar, não apenas nos veículos elétricos, mas, principalmente, em modelos com preços mais acessíveis.
Esta estratégia insere-se, de resto, numa outra, mais abrangente, que o construtor deu a conhecer recentemente, através de um plano intitulado 'Dare Forward 2030', e que passa pelo lançamento de 25 novos modelos elétricos a bateria, até 2030. Decisão que vem, ela própria, colocar ainda mais pressão no próprio fabricante automóvel, para estes próximos oito anos que se avizinham. E que, claramente, serão decisivos para o futuro das marcas do grupo.