Suzuki Vitara 1.4 T 4x4 Mild Hybrid GLX. Espírito clássico e modernidade

O Suzuki Vitara constitui uma verdadeira combinação de espírito clássico e modernidade. Oferece uma imagem de veículo de todo-o-terreno, mas com uma carroçaria do tipo SUV; perdeu a motorização diesel, mas recebeu uma eletrificada e eficiente mild-hybrid. Solução interessante para quem procura um veículo familiar de lazer e ainda com relativamente pouca eletrónica percecionada.

Referência entre os veículos de todo-o-terreno, o Suzuki Vitara entrou numa nova fase na sua carreira em 2015 quando foi transformado num SUV familiar com um estilo mais esguio. O chassis monobloco substituiu a plataforma anterior de longarinas e travessas e a carroçaria de três portas desapareceu.

A gama passou a contar ainda com versões de tração dianteira que vieram complementar as tradicionais de tração integral, agora designadas de AllGrip, como no caso da unidade ensaiada.

O Suzuki Vitara insere-se no segmento dos SUV-B, onde estão presentes modelos como o Ford Puma, Peugeot 2008, Nissan Juke, Renault Captur e um conjunto de outros pequenos SUV que têm vindo a ser lançados no mercado.

Como consequência, o SUV nipónico já conheceu duas atualizações para manter a sua competitividade. Entretanto perdeu a motorização diesel e ganhou duas eletrificadas, incluindo uma híbrida suave (mild-hybrid) da própria Suzuki e uma outra híbrida (Strong Hybrid), de origem Toyota. Contudo, o maior concorrente do Vitara vem da própria Suzuki: trata-se do S-Cross, que é ligeiramente maior e não é muito mais caro.

O Vitara atual é SUV com um comprimento de 4,17 metros, uma largura de 1,77 metros e uma altura de 1,61 metros. A imagem apresenta linhas modernas, destacando-se a grelha frontal cromada, os pára-choques com embelezadores, jantes de liga leve de 17" e óticas dianteiras com tecnologia LED.

Habitáculo clássico e moderno

O habitáculo permite acomodar quatro adultos (o quinto viaja mais apertado), mas o espaço para as pernas dos ocupantes dos assentos traseiros não é particularmente generoso. A bagageira, por seu lado, oferece uma capacidade de 375 litros, que pode ser ampliada até aos 1119 litros com o rebatimento os assentos traseiros.

Quanto ao design do interior, este consiste numa combinação entre o clássico e o moderno. O painel de bordo tem um aspeto robusto, à moda antiga, e o seu design inclui alguns apontamentos cromados junto às saídas da ventilação e uma faixa de plástico cinzento que se estende de um lado ao outro e tem um aspeto metálico.

O elemento mais curioso no centro do painel de bordo será um relógio analógico com numeração em japonês, um pormenor que faz a diferença, que é de série no nível de equipamento mais completo GLX.

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O ecrã LCD de 4,2" no painel de instrumentos oferece uma leitura clara e disponibiliza dados relativos ao consumo, eficiência da condução e aos modos de condução do sistema de tração integral AllGrip da Suzuki: Allgrip, Normal, Neve e Bloqueio (reparte o binário pelos dois eixos), Aqueles modos são selecionados a partir de um comando giratório na consola central.

A modernidade é transmitida por um ecrã tátil de boa leitura, que não só permite aceder ao sistema de informação e comunicação mas também às imagens da câmara traseira. O sistema tem integração com smartphone, parcial por Bluetooth e total por cabo. As versões mais equipadas do Vitara contam com sistema de navegação, aplicações em pele no forro dos bancos.

Sistema AllGrip

A Suzuki reivindica que procurou tornar o Vitara tão agradável de conduzir como o Swift e, na verdade, isso até se aproxima da realidade. O peso adicional e a o centro de gravidade mais elevado não permitem mudar de direção com a mesma rapidez do Swift, a carroçaria ainda adorna, mas também não deixa ninguém envergonhado na estrada.

A direção é relativamente leve, mas comunica bem com o condutor e o Vitara faz as curvas com um surpreendente entusiasmo. A aderência é forte e o movimento da carroçaria está bem controlado, apesar da altura do veículo.

A posição de condução elevada e a direção leve facilitam a utilização em ambiente urbano. Se as condições de aderência estiverem longe de ser as ideais, o Vitara oferece, na versão GLX, o sistema de tração integral AllGrip que tem quatro modos: Auto, Neve, Sport e Bloqueio.

A configuração Auto mantém o carro no modo de duas motrizes para poupar combustível e só ativa as quatro rodas motrizes se os pneus da frente começarem a escorregar.

As configurações Neve e Bloqueio ajudam a maximizar a tração em pisos mais escorregadios, enquanto no Sport a resposta do acelerador é alterada, sendo transmitida potência aos pneus traseiros se o sistema detetar que os pneus da frente começam a perder a aderência.

Para enfrentar os caminhos mais difíceis, a altura ao solo de 18,5 centímetros transmitem a confiança necessário ao necessário, mas tem de estar sempre ciente que não se trata de um 4x4 "puro e duro".

Tecnologia mild-hybrid

Por baixo do capot encontra-se o motor 1.4 Boosterjet Mild Hybrid, com tecnologia híbrida suave (mil-hybrid), denominada pela marca como SHVS (Smart Hybrid Vehicle by Suzuki). O sistema compreende uma arquitetura de 48V e um motor de arranque / gerador, que converte a energia cinética em eletricidade, a qual é armazenada numa pequena bateria de iões de lítio, alojada sob o banco do passageiro.

O sistema SHVS também adiciona binário do motor elétrico ao de combustão e fornece assistência elétrica sempre que o condutor exige uma rápida resposta.

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Com uma potência de 129 cv às 5500 rpm e um binário de 235 Nm entre as 2000 e as 3000 rpm, este motor proporciona umas prestações bastante aceitáveis para um veículo que pesa em vazio mais de 1,7 toneladas, conseguindo acelerar dos 0 aos 100 km/h em 10,2 segundos e alcançar uma velocidade máxima de 190 km/h.

A partir das 1500 rpm, o motor tem sempre binário disponível, não se fazendo rogado a subir de rotação. Para o efeito também conta com o escalonamento correto da caixa manual de seis velocidades, que se revelou bastante precisa, como é hábito nos veículos das marcas japonesas.

Consumo pouco penalizado

O consumo não é muito penalizado com o computador de bordo a registar um consumo médio de 6,2 l/100 km durante o ensaio. Uma ajuda preciosa neste capítulo é dada pelo sistema de regeneração de energia durante as desacelerações.

Referência ainda para o comportamento bastante eficaz da suspensão, que permite passar por cima de todos os obstáculos sem que o conforto a bordo seja minimamente penalizado. Até dá gosto passar pelas lombas!

Além da tecnologia mild-hybrid, a eletrónica também está presente noutros sistemas do Sukuki Vitara 1.4 GLX AllGrip como a assistência à condução, sendo de destacar o Dual Sensor Dual Sensor Brake Support (DSBS), alerta e assistente de mudança de faixa, alerta anti-fadiga, reconhecimento de sinais de trânsito, a deteção de ângulo morto e alerta de trânsito traseiro e a travagem automática com reconhecimento de peões.

Veredicto

Proposto a partir de 30 589 euros, o Suzuki Vitara 1.4 4x4 AllGrip GLX continua a ser uma proposta interessante para quem pretende um SUV familiar ainda com um aspeto clássico e com relativamente pouca eletrónica percecionada.

A habitabilidade está longe de ser uma referência, principalmente nos bancos traseiros, mas o equipamento é relativamente completo. Além disso também já conta com alguns dos avançados sistemas de assistência à condução. Por outro lado, a versão de quatro rodas motrizes continua a oferecer a confiança ao condutor para enfrentar caminhos mais difíceis.

Por outro lado, o Suzuki Vitara continua a ser um dos poucos SUV classificados como Classe 1 nas portagens das auto-estradas portuguesas, o que constitui uma vantagem significativa em termos de custos de utilização para as famílias.