Stirling Moss morreu hoje aos 90 anos. Diversos protagonistas do desporto automóvel recordam aquele que foi um dos maiores pilotos de todos os tempos e garantem: "as lendas não morrem"
Stirling Moss, um dos maiores pilotos de todos os tempos, morreu hoje, aos 90 anos, vítima de doença prolongada.
Moss, que se retirou das competições (ao mais alto nível) em 1962, após um grave acidente que o manteve em coma durante quase um mês, foi a única das grandes lendas do desporto automóvel que nunca foi campeão do Mundo de F1, tendo-se sagrado vice-campeão por quatro vezes.
Com 529 corridas disputadas (212 vitórias), Moss participou em 66 grandes prémios e venceu 16, entre os quais o GP de Portugal de 1959, que serviu de estreia na F1 ao português Nicha Cabral, que terminaria na décima posição.
Portugal está, aliás, diretamente ligado à carreira de Stirling Moss já que, um ano antes, no Circuito da Boavista, o britânico, depois de vencer a corrida iria testemunhar a favor do seu compatriota Mike Hawthorn (acusado de ter feito uma manobra proibida e plena pista), permitindo-lhe recuperar a segunda posição em que tinha terminado.
No final da temporada, Hawthorn sagrar-se-ia Campeão do Mundo com a vantagem de um ponto para Moss que, em diversas entrevistas, garantiu que nunca se arrependeu do gesto que teve, o que diz bem do seu caráter.
Elogiado por diversas gerações
Um caráter elogiado e recordado este domingo por diversas gerações de pilotos.
Foi o caso do campeão do Mundo de F1, Lewis Hamilton que na rede social Twitter lamentou a morte de Stirling Moss. "Vou sentir muita falta das nossas conversas. Estou-lhe verdadeiramente grato por esses momentos especiais. As minhas preces estão com a família. Que descanse em paz", termina Hamilton que, no Instagram acrescenta, ainda, que "é importante que celebremos a sua vida incrível e o grande homem que foi. Para ser honesto, a nossa proximidade e a nossa amizade tinham algo de invulgar, dado sermos duas pessoas de épocas e com origens tão diferentes. Mas o amor pelas corridas que partilhávamos aproximou-nos muito".
Também no Instagram David Coulthard recordou que, afinal, Stirling , "foi a razão por que tantos de nós nos tornámos pilotos", enquanto o presidente da FIA, Jean Todt garantiu que Moss foi "uma verdadeira lenda e assim permanecerá para sempre".
Numa declaração à edição digital do Daily Mail, Susie Moss, referiu-se à morte do marido: "morreu como viveu; maravilhoso. Apenas fechou os olhos".