Com o início oficial da atividade celebrado há apenas alguns dias, o novo gigante automóvel Stellantis começa a tomar algumas decisões estratégicas, nomeadamente, quanto ao futuro das 14 marcas que possui. Sendo que, uma das primeiras, promete agitar o mercado: o grupo nascido da fusão entre a PSA e a FCA quer "ressuscitar" a Lancia, mas como marca premium!
O anúncio desta decisão foi feito, na última terça-feira, através de uma conferência de imprensa online, na qual a Stellantis deu a conhecer os seus primeiros passos. A começar, pela fixação da sede da companhia em Amesterdão, capital dos Países Baixos, com o português Carlos Tavares a comandar as operações do grupo.
Anunciado foi também que, as 14 marcas que constituem aquele que deverá assumir-se como o quarto maior grupo automóvel mundial, deverão ser divididas em diferentes grupos, segundo aquela que é, hoje em dia, o seu posicionamento no mercado. Sendo que, nesta nova configuração, uma das maiores surpresas, vem da Lancia, marca cuja atuação está, por estes dias, resumida apenas ao mercado italiano, e com um único modelo - o Ypsilon.
Embora não revelando muito sobre o tema, a Stellantis avança que a Lancia será incluída na mesma categoria da Alfa Romeo e DS, enquanto marcas que o grupo considera como Premium. Algo que, recorde-se, o agora extinto grupo PSA já definido, relativamente à DS, e a que a Stellantis acrescenta, neste momento, a Alfa Romeo e a Lancia.
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De salientar, ainda, que estas três marcas terão como Chief Executive Officers (CEO's) não apenas Jean-Phillipe Imparato, até aqui o líder da Peugeot, mas também Béatrice Foucher e Luca Napolitano, que já foi o responsável pelas marcas Fiat, Lancia e Abarth para a região EMEA, na FCA. Escolhas que poderão significar, pelo seu peso, uma verdadeira e real aposta no ressurgimento da marca italiana que já foi sinónimo de tecnologia, inovação e vanguardismo.
Ainda no que diz respeito à divisão promovida, pelo novo grupo automóvel, das suas marcas, destaque para o posicionamento da Maserati, enquanto única marca de luxo da Stellantis, liderada por Dacide Grasso, assim como para a união da Opel/Vauxhall e Peugeot, enquanto "Marcas de Nível Superior", lideradas por Michael Lohscheller, ex-patrão da Opel, e Linda Jackson, ex-CEO da Citroën.
Como "Marcas Centrais", surgem a Citroën, a Fiat e uma surpreendente Abarth - embora e neste caso, surgindo enquanto "braço" da Fiat -, lideradas por Vincent Cobee e Olivier François, até aqui presidente da Fiat, ao passo que, como "Marcas Americanas", surgem a Chrysler, Dodge e RAM. As três, tendo como CEO's Timothy Kuniskis e Mike Koval.
Finalmente, como única marca "SUV Global" do grupo, a Jeep, que passará a ter como principal responsável Christian Meunier.
De salientar, ainda, o facto de, apesar dos muitos rumores que chegaram a circular nesse sentido, os responsáveis da Stellantis terem, ao que tudo indica, decidido manter as 14 marcas no seio do novo grupo automóvel. Ainda que recorrendo, garantidamente e até como forma de subsistência, nas sinergias.