Stellantis corta investimento de 1,5 mil milhões na Maserati

O futuro da Maserati acaba de tornar-se ainda mais nebuloso, depois da Stellantis ter cancelado um investimento de 1,5 mil milhões de euros na marca italiana, que poderia ter assegurado projetos como o há muito prometido MC20 elétrico e os sucessores do Quattroporte e do Levante.

A Stellantis cancelou um investimento de 1,5 mil milhões de euros na Maserati, colocando em causa não só o futuro da marca italiana, como o de futuros projetos da empresa.

A notícia surgiu durante uma recente reunião de resultados da Maserati, onde o diretor financeiro da Stellantis, Doug Ostermann, confirmou que o investimento previsto tinha sido anulado.

De acordo com documentos financeiros revelados, o cancelamento da injeção de capital levará ao “cancelamento de certos projetos antes do lançamento”. Embora não tenham sido fornecidos detalhes sobre quais projetos, tudo sugere que seja o MC20 elétrico, há muito prometido.

A decisão não poderia ter vindo em pior altura para a marca do tridente, que se tem deparado com vendas cada vez mais reduzidas e perdas financeiras surpreendentes.

De acordo com a Autocar, Ostermann acredita que a empresa precisa de rever a estratégia de lançamento dos produtos planeados: “Temos de reconhecer que a dinâmica desse negócio, particularmente no mercado chinês, e as nossas expectativas em relação à rapidez com que esse mercado de luxo fará a transição para a eletrificação”, observou o diretor financeiro.

Certo é que a Maserati precisa de dinheiro e de novos modelos, para ter alguma hipótese de sobrevivência. No ano passado, as suas vendas globais caíram para metade, de 26.600 unidades (2023) para 11.300 veículos.

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Com o corte do investimento, o futuro dos sucessores elétricos do Quattroporte e do Levante também fica em causa.

Sindicato já interveio

O sindicato italiano Federazione Italiana Metalmeccanici (FIM) já exigiu respostas à Stellantis acerca do futuro da Maserati e tem uma reunião agendada com o grupo automóvel para dia 11 de março.

“A Maserati representa uma das situações mais críticas. Apesar da qualidade e dos modelos de alto desempenho, a marca sofre de erros e descuidos em termos de marketing. Não podemos continuar a perder tempo”, disse o secretário-geral da FIM, Ferdinando Uliano.

Atualmente, a Stellantis está à procura de um novo CEO, cargo que ficou disponível após a saída de Carlos Tavares, em dezembro.

O futuro líder do grupo automóvel terá em mãos a decisão de dar, ou não, continuidade a 14 marcas do grupo automóvel, uma delas, a Maserati.

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