A Smart reinventa-se e este é o primeiro sinal. Um SUV compacto, elétrico, sofisticado no Design e na tecnologia digital. Chama-se #1, tem cinco lugares e mede tanto como um Mini Countryman, além de ser a base de uma nova gama Smart. Estas são as nossas primeiras impressões deste Smart #1.
Ainda não há preços, mas já se sabe praticamente tudo sobre aquele que é o primeiro novo Smart dos últimos oito anos. Nada tem a ver com os modelos conhecidos, a não ser nuns laivos de expressão facial que lembram o Forfour, principalmente na zona frontal.
Este é o modelo final, que entrará em produção na China em agosto e deverá chegar ao mercado nacional em março de 2023.
Com Design sofisticado, o Smart #1 é o primeiro SUV da marca agora partilhada (desde 2019) pelo grupo chinês Geely e pela alemã Mercedes. É também o maior Smart de sempre. Um elétrico puro que mede 4,27 m de comprimento e que promete uma utilização não só facilitada mas apaixonante, graças às maravilhas da conectividade digital.
Com um impacto visual muito forte e extremo cuidado nos detalhes, o Smart #1 tem uma aparência cara e sofisticada, de aspirações elevadas. Isso mesmo nos confirmou o CEO da Smart Europa, Dirk Adelmann, afirmando que se trata de "um modelo de nicho, com um posicionamento Premium. O volume de vendas também é importante mas virá por acréscimo".
Um carro que é a extensão do dono
Chegar ao carro e receber uma mensagem de acolhimento num painel exterior não será fantasia, mas realidade. Ou ler nessa mensagem o nome do amigo que nos acompanha (do género: olá Eduardo, bem vindo…) e que o proprietário escreveu primeiro na aplicação Smart do #1… Tudo é possível (e fácil) graças à ligação direta que o carro terá com o telemóvel do dono.
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Esta será também a chave de acesso por aproximação via Bluetooth. Partilhar o acesso ao carro e definir o tipo de condicionantes também estará ao alcance dos dedos.
A própria aquisição do carro será facilitada pelas plataformas digitais, assim como a sua configuração em termos de equipamento. Todo o hardware estará montado de fábrica, cabendo depois ao utilizador a escolha da ativação do respetivo software, por sua vez possível "by the air". Tudo "de série", ativável a qualquer momento se o comprador assim o escolher.
Em opção haverá apenas dois elementos de equipamento: o gancho de reboque e a Wallbox de recarga. Coisas da economia de escala, que as linhas de montagem chinesas acabam por justificar em termos de custos.
Um modelo com base Geely
A Geely é, de facto, responsável pela parte da produção e arquitetura. É também a fornecedora da própria plataforma SEA, concebida de raiz para a locomoção elétrica e que permite várias configurações de comprimento, sendo aqui utilizada pela primeira vez num produto destinado ao mercado europeu.
O construtor chinês utiliza também esta plataforma na sua carrinha Zeekr 001 e, sendo a Geely detentora da Volvo, encontraremos nova aplicação desta base técnica num futuro pequeno SUV elétrico da marca sueca a lançar em breve. E, seguramente, em mais modelos da Smart, já que a marca começa aqui uma etapa de diversificação de gama.
Neste #1 a plataforma SEA resulta numa distância entre eixos de 2,75 m, cujo efeito é um habitáculo que a marca alega estar ao nível de um carro do segmento D (Mercedes Classe E) em termos de espaço para as pernas. Não nos pareceu tanto, mas quase.
Soma-se a isso a regulação longitudinal do banco traseiro, fazendo variar o espaço disponível na bagageira (com dois planos), entre os 273 e os 411 litros. À frente há também uma pequena bagageira de 15 litros, ideal para guardar os cabos de recarga sem que estes compliquem a bagagem.
Os puxadores das portas escamoteáveis são apenas um dos detalhes do sofisticado Design do #1, concebido pela Mercedes. A aerodinâmica também foi prioritária, com o referencial coeficiente de 0,29. Em grande parte devido à silhueta arredondada, inspirada nas formas de um tubarão.
Esta e outras caraterísticas, como o tejadilho flutuante, como uma espécie de chapéu colocado sobre a carroçaria, deverão transitar para modelos posteriores da Smart enquanto pormenores diferenciadores.
Pintura de duas tonalidades, portas de coupé (sem moldura) e interiores ultramodernos e diferenciadores vão destacá-lo na multidão de concorrentes da classe dos SUV compactos elétricos.
Sobressaem no habitáculo o tejadilho panorâmico, o grande ecrã central tátil de 12,8 polegadas (32,5 cm) que dá acesso à generalidade das funções de bordo e a consola flutuante em que este se apoia. A iluminação localizada configurável também marca a diferença, assim como a grande luminosidade interior que pudemos comprovar nesta primeira exibição estática.
Generoso na potência e autonomia
Embora ainda aguarde homologação, o Smart #1 anuncia por enquanto uma bateria de 66 kWh de capacidade com carregador de 22 kW de série, que permitirá recargas em cerca de 3 horas para até 440 km de autonomia. Também estará disponível com recarga rápida em corrente contínua (CC) a 150 kW, nesse caso demorando apenas meia-hora a recuperar de 10 a 80% da autonomia.
Um motor elétrico envia 270 cv para as rodas traseiras nesta versão inicial mas, soubemos, haverá uma versão de tração integral que chega mais tarde e que, em certos países, como a Áustria e a Suíça, deverá mesmo ser a única opção disponível.
Ao contrário do Smart fortwo, que lançou a própria marca há mais de 20 anos e que "inventou" o seu próprio segmento, o novo modelo faz o contrário e ataca o núcleo do mercado. Não é portanto pioneiro no posicionamento, colocando-se em rota de colisão com imensos concorrentes da classe dos SUV compactos elétricos. Ainda assim, marca a diferença. E inova em muitas das suas soluções, desde estéticas a funcionais e tecnológicas.
As primeiras reservas para este Smart poderão ser feitas a partir de setembro, por via digital, claro, quando forem divulgados os preços, no outono deste ano. Fique atento à TURBO.