A escassez de semicondutores chegou a Portugal. Depois de já ter obrigado vários construtores a pararem a produção de automóveis em várias fábricas pelo mundo, eis que, agora, é a vez das linhas de montagem da Autoeuropa, da PSA de Mangualde e da Bosch de Braga, sentirem os efeitos da crise.
A notícia é avançada, esta quinta-feira, pelo Jornal de Negócios, citando os casos da Autoeuropa, fábrica pertencente ao Grupo Volkswagen, da PSA de Mangualde, e da Bosch em Braga, como algumas das infraestrutura afectadas pela crise de semicondutores.
No entanto e segundo a mesma publicação, outros sectores decidiram já antecipar encomendas, como forma de se protegerem da falta destes componentes, embora tendo de pagar "preços exorbitantes" em leilão.
Recorde-se que a escassez de semicondutores, ou chips, tem sido um problema que tem vindo a afectar o mercado, nos últimos meses, levando, mesmo, os fabricantes automóveis, entre outras áreas de atividade, a interromperem produções e a fecharem fábricas, devido a cortes no abastecimento destes componentes.
Descrita já como uma crise de âmbito mundial, alguns dos principais responsáveis, por exemplo, do sector da informática, como é o caso do fundador da Dell, Michael Dell, manifestaram já a sua preocupação, não apenas no imediato, como também em termos de futuro. Isto, ao afirmarem que a crise pode prolongar-se pela próxima década.
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No caso da Bosch, PSA e Autoeuropa, a escassez de semicondutores levou já e inclusivamente, à interrupção da laboração, em diferentes alturas, com a primeiras a enveredar, inclusivamente, pela implementação de medidas de layoff.
Contudo, estas não são as únicas empresas em solo português afectadas pela crise dos semicondutores, pois, como também refere a Executive Digest, o problema atingiu já outros operadores. Como é o caso, por exemplo da APTIV, empresa do Minho especialista na fabricação de material elétrico e eletrónico para a Porsche, Audi, BMW, Volkswagen e Volvo, ou ainda da JP Sá Couto, a empresa que, em 2008, criou o computador Magalhães.