Depois da indefinição que pairou sobre as últimas edições, os organizadores do Salão Automóvel de Genebra acabam de dar aquela que deverá ser a machadada final num dos mais antigos e emblemáticos salões automóveis da história. Não deixando de explicar as razões para o fim…
O anúncio, feito precisamente no ano em que o evento regressa à cidade suíça, depois de quatro anos de ausência, inicialmente devido à pandemia de COVID-19, começa por referir que o Salão Internacional do Automóvel de Genebra não se realizará em 2025, devido às "incertezas ligadas à indústria automóvel e à erosão, em termos de atractividade, por que passam os principais salões europeus".
A Automotive News Europe, que divulgou a notícia, recorda que, apesar da ausência de quatro anos, o regresso do salão suíço, já este ano de 2024, acabou saldando-se em algo muito próximo do flop. Com apenas as marcas do grupo Renault, além da americana Lucid e de um número mais significativo de marcas chinesas, a marcarem presença no evento.
A situação foi ainda mais constrangedora, depois do salão, que teve a sua primeira edição em 1905, ter conhecido, ao longo da sua história, grandes adesões não só da parte do público, com assistências de mais de meio milhão de visitantes, como também dos fabricantes.
Entretanto e juntamente com o anúncio do fecho de portas do Salão Automóvel em Genebra, os organizadores garantem que vão continuar a trabalhar na realização do mesmo evento, mas no Qatar. País para onde, recorde-se, o evento suíço se "transferiu" em 2023, com a designação de "Salão Internacional do Automóvel de Genebra no Catar".
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Procurando explicar esta opção, Sandro Mesquita, CEO do evento, destaca como "gratificante perceber que os salões automóveis continuam a atrair marcas em diferentes partes do mundo e que o Salão Internacional do Automóvel de Genebra reforçou o seu apelo no Médio Oriente". Por o mesmo não acontecer na Suíça, o evento em Genebra não será mais realizado.
"A falta de interesse demonstrada pelos fabricantes no Salão de Genebra num contexto industrial difícil, a concorrência dos desfiles de Paris e Munique que são favorecidos pela sua indústria nacional e os níveis de investimento necessários para manter o Salão Internacional do Automóvel de Genebra, decretaram o golpe final numa possível edição futura", afirmou, também num comunicado à imprensa, presidente da fundação, Alexandre de Senarclens, que tem assumido a responsabilidade de levar a cabo o evento. Mas que, agora, também será dissolvida.