São um dos elementos que mais irritam os automobilistas. Lombas e mais lombas, colocadas em cima do piso ou criadas artificialmente através da elevação das passadeiras, com a missão de reduzir a velocidade. Queixam-se dos solavancos. Da má sinalização referente às mesmas. Do estrago que provocam nas viaturas. Do propósito com que foram criadas (forçar-nos a andar mais devagar). Do trabalho que dão, obrigando a travar e a reduzir a marcha, a operar a caixa de velocidades, às vezes de forma desenfreada, quando de repente nos damos conta de que "vem aí uma lomba!" Ora, poderíamos dizer-lhe que foi precisamente à conta destas 'irritações' que o Reino Unido decidiu abolir as lombas, preocupados com o conforto dos condutores e dos seus passageiros, com os danos nos amortecedores, rótulas de suspensão ou pneus dos automóveis. Mas não: o motivo é outro e está diretamente ligado à recente decisão de eliminar o Diesel e gasolina das suas estradas até 2040 – a redução da pegada ambiental do parque automóvel circulante. Como é do conhecimento público, andar mais devagar não significa necessariamente que nos encontramos a consumir menos combustível ou a provocar menos danos na atmosfera. Já vimos que as lombas e ressaltos obrigam o condutor a parar bruscamente, e a adoptar uma condução menos linear, e por isso mais agressiva no que a acelerações, desacelerações e manuseamento da caixa de velocidades diz respeito. E essa situação tem obviamente impacto no meio ambiente. Quem o diz é a "The Automobile Association", que, com um dos seus mais recentes estudos, provou que as lombas têm como consequência o aumento das emissões produzidas pelos automóveis. Neste caso, de 47% em vias com um limite de 30 mph (48,3 km/h) e de 41% em vias com um limite de 20 mph (32,2 km/h). A bem da verdade, convém esclarecer que este estudo se realizou com um sistema que estima os consumos e as emissões de CO2, e não o que atualmente mais preocupa as autoridades britânicas (e os próprios fabricantes de automóveis), o NOx. Mas não deixam de ser números esclarecedores sobre o 'outro lado' da profusão das lombas nas vias de circulação rodoviária. Além da retirada das lombas e do fim do Diesel e da gasolina, o Reino Unido estuda ainda eliminar alguns semáforos e ajustar o seu tempo de atuação como mais uma forma de reduzir a pegada ambiental gerada pelos automobilistas. Toda uma nova forma de estar, sem dúvida...