A Rússia proibiu as exportações de automóveis para 48 países, como retaliação às sanções ocidentais. Como consequência, a Stellantis e a Hyundai-Kia viram-se forçadas a suspender as operações no país. Será esta uma oportunidade para os fabricantes chineses?
A Rússia decidiu retaliar contra as sanções económicas dos países ocidentais, proibindo a exportação de mais de 200 produtos até ao final do ano.
A lista completa dos produtos proibidos ainda não é totalmente conhecida, mas a agência de notícias estatal Tass adianta que estão incluídos equipamentos técnicos, de telecomunicações e médicos, assim como veículos, maquinaria agrícola, locomotivas e carruagens de comboio.
A BBC News avança que a proibição abrange 48 países considerados "hostis" pelo Kremlin, incluindo Portugal. O governo russo adiantou que a medida tem o "objetivo de assegurar um funcionamento sem interrupções de setores chave da economia".
A iniciativa russa teve um efeito imediato junto da Stellantis que suspendeu as importações e exportações de veículos da Rússia. O grupo liderado pelo português Carlos Tavares tem uma fábrica em Kaluga que começou a exportar o Citroën Jumpy, Peugeot Expert e Opel Vivaro para a Europa Ocidental no início do ano.
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Isto constitui um sério golpe para a Stellantis, já que pretendia transformar a fábrica de Kaluga num centro de exportações para fornecimento de motores e automóveis à Europa, América Latina e Norte de África.
Operações da Hyundai suspensas
A Hyundai, que juntamente com a Kia, possui instalações fabris na Rússia também decidiu suspender as operações no país.
"A Hyundai Motor Company está profundamente preocupada com a situação na Ucrânia", refere o construtor automóvel sul-coreano em comunicado escrito enviado aos nossos colegas do Carscoops. "Podemos confirmar a suspensão das operações da Hyundai Motor Manufacturing Russia devido às atuais questões logísticas globais relacionadas com as entregas de componentes. A segurança dos nossos funcionários e a atenção aos nossos clientes continua a ser a prioridade máxima para a Hyundai Motor. Esperamos sinceramente que a situação seja resolvida pacificamente tão depressa quanto possível".
"Iremos perceber melhor o impacto da proibição nos próximos dias, mas as autoridades russas ameaçaram nacionalizar os bens das empresas que saíram do país. Também avisaram que o regresso à Rússia será difícil, mas isso não impediu o êxodo".
Será esta uma oportunidade para os construtores chineses ocuparem o espaço deixado vago pelas marcas ocidentais na Rússia? Teremos de esperar pelos futuros desenvolvimentos.