IIHS: Roupa refletora é invisível para a travagem automática

O vestuário que torna os peões visíveis aos condutores humanos pode ter um efeito oposto nos sistemas automáticos de travagem de emergência, segundo revelam as conclusões de um estudo realizado nos Estados Unidos pelo Insurance Institute for Highway Safety.

Para a realização daquele estudo foram utilizados três veículos de teste: um Honda CR-V, um Mazda CX-5 e um Subaru Forester. Todos do ano de 2023. O plano era avaliar a eficácia dos sistemas de travagem de emergência com os peões à noite, utilizando diferentes condições de iluminação e tipos de vestuário.

Segundo o Insurance Institute for Highway Safety, aqueles sistemas reduzem geralmente as colisões entre veículo e peão até 27%. Mas isso aplica-se a cenários diurnos. À noite, a diferença é notória, sendo também nessa situação que ocorrem mais incidentes com peões.

A uma velocidade constante de 40 km/h, o Honda e o Mazda atingiram a maioria dos bonecos (“dummies”), independentemente do vestuário que traziam. Com faixas refletoras, os dois SUV bateram neles. Por outro lado, ambos os veículos abrandaram quando um boneco trazia uma roupa preta. Isso é o oposto do que seria expetável, pelo menos a partir da perspetiva humana.

Resultados variam com iluminação

Será importante referir que diferentes cenários de iluminação dão origem a resultados diferentes. Por exemplo, o Mazda CX-5 abrandava bastante mais com 10 lux de iluminação adicional na área. Quando era aumentada para 20 lux, o resultado era bastante pior.

O Subaru Forester, por outro lado, tinha um comportamento bastante melhor. Conseguiu evitar bater nos peões, exceto num único teste. Ironicamente, isso aconteceu com um boneco a usar vestuário refletor.

O  Insurance Institute for Highway Safety apenas pode especular acerca das dificuldades encontradas por estes sistemas com vestuário brilhante. “A colocação e o movimento das faixas refletoras nas calças e nos casacos permite aos condutores reconhecer rapidamente o padrão do movimento como uma pessoa”, afirma David Kidd, investigador sénior daquela instituição.

“Infelizmente, o movimento das faixas não tem o mesmo efeito nos sistemas de travagem de emergência com peões que testamos e provavelmente confundiram os seus sensores”, acrescenta.