Modelo que fica para a história como o descapotável mais vendido com o Spirit of Ecstasy no capot, o Rolls-Royce Dawn acaba de ver o decretado o fim da sua produção, após cerca de oito anos de bons serviços. Durante os quais também foi mais, diga-se, do que um Rolls-Royce ao qual simplesmente foi retirado a capota.
Nascido como uma resposta aos novos, mas também mais jovens, clientes que começaram a procurar a Rolls-Royce, o Dawn teve, efectivamente, como ponto de partida no seu desenvolvimento, um outro modelo do fabricante de Goodwood: o Wraith.
No entanto e porque a Rolls-Royce assumiu, desde o início, que não queria fazer uma derivação deste último, à qual apenas tivesse sido retirado o tejadilho, os designers acabaram reformulando 80% do corpo, permitindo ao construtor descrever, no comunicado de lançamento do modelo, que o Wraith apresentava uma "carroçaria esguia e fluída, a envolver os seus ocupantes como a gola levantada de um sobretudo, proporcionando-lhes, assim, uma experiência a bordo privada e chique".
Quanto à capota, a Rolls-Royce começou por ponderar a hipótese de um tejadilho retráctil em metal, mas acabou optando por uma solução mais tradicional, em tecido, feito a partir de uma mistura de materiais que, inclusivamente, utiliza caxemira. E que veio permitir ao construtor anunciar ter criado o descapotável mais silencioso do mundo.
Aliás e ainda durante o desenvolvimento, ficou para a história a utilização de um manequim com uma peruca de cabelo comprido e que serviu para que os engenheiros ajustar a forma ideal como o vento deveria passar por cima do carro, quando com a capota aberta, sem desmanchar demasiado o cabelo.
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Já na condução e porque a Rolls-Royce faz gala do conforto de que é possível disfrutar a bordo dos seus automóveis, mesmo em condições agrestes ou extremas, é a própria empresa que refere a história de um jornalista norte-americano que terá conduzido um Dawn, durante um terramoto de 3,6 na escala de Richter, sem que o condutor tenha sentido a mais pequena vibração. Aliás e ainda segundo a marca, só terá dado pelo sismo, ao ler sobre o tema!
E tudo começou em 2015…
A terminar, recordar, apenas, que o Rolls-Royce Dawn foi oficialmente apresentado durante o Salão Automóvel de Frankfurt de 2015, então, envergando um V12 biturbo de 6,6 litros a debitar 570 cv de potência e 780 Nm de binário, graças aos quais conseguia acelerar dos 0 aos 100 km/h em 4,9s, assim como atingir a velocidade máxima de 249 km/h.
[https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/05/RollsRoyceDawn_Apresentação2015.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/05/RollsRoyceDawn_PrimeiroBlackBadge2017.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/05/RollsRoyceDawn_PeebleBeach2019.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/05/RollsRoyceDawn_AeroCowling2020.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/05/RollsRoyceDawn_SilverBullet2020.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/05/RollsRoyceDawn_FuxBrightYellow2023.jpg]No que concerne à capota, de accionamento elétrico (obviamente!...), podia ser recolhida em cerca de 20s, desde que a velocidades até 50 km/h.
Já em 2017, a Rolls-Royce introduziu a versão Black Badge, uma variante mais desportiva e potente, em que o V12 viu a sua potência aumentada para os 601 cv, além do binário, para os 840 Nm.
Futuro em aberto
Entretanto e, pelo menos, para já, não existem quaisquer informações oficiais de que o Dawn possa vir a conhecer sucessor.
Contudo e numa altura em que a Rolls-Royce está focada no desenvolvimento do seu primeiro elétrico, o coupé Spectre, não será descabido pensar que este modelo possa vir a dar origem a um novo descapotável, um pouco à imagem do que aconteceu entre o Wraith e o Dawn.
Resta aguardar...