Ainda a tentar atingir ao patamar que lhe permita considerar-se uma rival directa da congénere Tesla, a Rivian procura deixar para trás as chamadas dores de crescimento, através não só da internacionalização, como também de aumento da oferta. Dois aspectos em que a startup norte-americana de elétricos dá agora mais um passo, com o anúncio do R2, também para a Europa.
Numa altura em que ainda se debate com problemas de entregas dos seus dois modelos de estreia, a pickup R1T e o SUV R1S, com os quais não conseguiu ir além do Canadá (e, mesmo assim, ainda só conseguiu vender carros nos EUA), a Rivian recusa-se a levantar o pé do acelerador e colocar de parte, pelo menos para já, a internacionalização.
Na mesma altura em que anuncia um terceiro modelo, de nome R2, o fabricante renova a intenção de chegar a outros pontos do globo e, nomeadamente, à Europa. Confissão feita, em declarações à britânica Auto Express, por um porta-voz da marca, que, sobre este novo modelo, acrescentou que poderá vir a conhecer a mesma declinação do R1 (uma variante de nome R1 e um SUV batizado de R2S), com a qual deverá ser oficialmente desvendado já no próximo dia 7 de março de 2024.
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Apontado como a proposta que liderará a entrada da Rivian nos mercados europeus, este R2 é também descrito como uma espécie de rival directo do Tesla Model Y, assim como do Kia EV6, e com custos de produção mais baixos do que a família R1.
Plataforma mais simples e menos custos
A sustentar este objectivo, não tanto a opção pela manutenção da já emblemática iluminação dianteira, batizada de "Stadium Lights", e que é também o elemento escolhido para fazer parte do primeiro teaser divulgado pelo fabricante, mas, principalmente, uma nova plataforma, significativamente mais simples que a utilizada no R1.
De acordo com as mesmas fontes, esta nova plataforma apresentará cerca de 60% menos de ECUs e menos 25% de cablagens elétricas. O que poderá representar cortes na ordem dos milhares de dólares, por modelo.
Quanto à entrada na Europa, a Rivian prefere não divulgar, para já, qualquer cronograma, até porque não possui sequer, ainda, representações ou concessões oficiais no Velho Continente, que lhe permitam agilizar a introdução deste novo modelo. Cujo arranque da produção está, neste momento, previsto para 2026.
Crescem os modelos, diminui a produção
No entanto, a verdade é que a concretização de todo o processo pode vir a demorar mais do que previsto, até porque a startup norte-americana é um dos fabricantes de veículos elétricos que terá já decidido reduzir a sua produção, assim como a sua força laboral, devido ao já assinalado, por vários analistas de mercado, arrefecimento na procura mundial por este tipo de veículos.
Segundo noticiou, esta quinta-feira, a Automotive News Europe, os responsáveis da Rivian terão tomado a decisão de reduzir em 10% a sua força laboral, depois de, ainda em 2023, terem cortado nos preços da gama R1. Opção que, diga-se, não evitou, ainda assim, que o fabricante tenha continuado sem conseguir entregar qualquer uma das 47.200 unidades produzidas fora das fronteiras dos EUA.
Entretanto e já em 2024, a Rivian lançou no mercado norte-americano novas versões mais acessíveis dos seus dois modelos de estreia, ao mesmo tempo que renegociava contratos com os fornecedores e decidia passar a produzir alguns dos componentes dentro de portas.
Tudo medidas que, também segundo as previsões da companhia, não deverão ser suficientes para impedir que o presente trimestre registe uma queda nas vendas entre 10% e 15%, resultado não somente de uma menor procura, como também e inclusivamente, de alguns cancelamentos.