Numa altura em que vê sair da linha de montagem as primeiras unidades do seu novo hiperdesportivo Nevera, cujo "cartão de visita" ostenta, entre outros atributos, quase 2.000 cv de potência, a croata Rimac Automobili revela, igualmente, estar a desenvolver um novo módulo de baterias, não apenas estrutural, como também a permitir maiores densidades.
A revelação foi feita, em entrevista ao Automotive News Europe, pelo director de Tecnologia da Rimac Automobili, Wasim Sarwar Dilov. O qual assumiu que o fabricante croata fundado por Mate Rimac está a trabalhar num novo módulo de baterias para os seus automóvel elétricos, com células cilíndricas maiores, de 46 mm de diâmetro.
Mercê deste crescimento, as novas células deverão registar, igualmente, um aumento da densidade e, consequentemente, um maior acomodar de energia.
Segundo Dilov, este novo módulo de baterias tornar-se-á um elemento estrutural do carro, ao mesmo tempo que deverá oferecer um aumento da área destinada à célula e, consequentemente, ao armazenamento de energia, na embalagem. Percentagem que, acrescente-se, a Rimac espera poder elevar até aos 75 por cento.
LEIA TAMBÉM
A anunciar 1.914 cv de potência. Primeiro Rimac Nevera sai da linha de produção
Aliás e para uma maior compreensão desta evolução, basta recordar que, por exemplo, o Porsche Taycan ostenta um módulo de baterias em que as células representam 63% da massa, enquanto, num Tesla Model 3, esta percentagem sobe para 64%. Já no Rimac Nevera, a densidade chega aos 67%.
No entanto e conforme recorda o site Carscoops, a Tesla foi a primeira marca automóvel a apresentar células cilíndricas com 46 mm de diâmetro, mas também como 80 mm de altura. Algo que, garante Dilov, será diferente na solução em que a Rimac se encontra a trabalhar, a qual deverá permitir células de alturas variadas, consoante aplicação.
Produção dentro de portas ganha peso
Ainda sobre o tema da tecnologia, Wasim Sarwar Dilov falou, igualmente, acerca daquela que é a nova divisão de componentes recentemente criada no seio da Rimac Automobili e cujo peso e importância, nos projectos da marca croata, promete crescer exponencialmente, nos anos vindouros.
Segundo este responsável, as expectativas são que este novo departamento garanta, já em 2023, cerca 40.000 baterias para aplicação nos carros da marca, chegando mesmo às 200.000 (!), até 2028. Sendo que, neste momento e segundo também revelou Dilov, a empresa está em conversações com três fabricantes de baterias, que poderão vir a fornecer as células para o novo módulo.
"Até aqui, o nosso objectivo passava, apenas, por encontrar as melhores células que conseguíssemos.[...] Agora e à medida que aumentamos significativamente os volumes de compra, de centenas para milhares de células, passamos para uma etapa distinta", comenta o responsável máximo pelo departamento tecnológico da Rimac.
A importância do software
No entanto e numa altura em que é o hardware que merece maiores atenções da parte do fabricante croata, é o próprio Dilov que, embora não deixando de referir que algum do hardware utilizado já consegue ser "bom", garante que, é no software, que a marca croata verdadeiramente deixa para trás os seus rivais.
"O nosso hardware é bom, mas também o é, o dos nossos concorrentes. A diferença está, contudo, que, com o nosso software, conseguimos extrair mais desempenho de qualquer célula", sentencia director de Tecnologia da Rimac Automobili, na entrevista à Automotive News Europe.