É verdadeiramente assombrosa a transformação da Opel desde que, há um ano, foi integrada no Grupo PSA. Durante esse período conseguiu pela primeira vez dar lucros em quase 20 anos, transformar Russelsheim num pólo de referência para o desenvolvimento do grupo e preparar uma ambiciosa ofensiva elétrica Está a celebrar-se um ano desde que a Opel foi integrada sobre a esfera da PSA, que adquiriu as operações europeias da GM. E neste caso a palavra certa é mesmo celebrar, porque a marca tem mesmo de festejar a enorme transformação por que passou em apenas doze meses. Acaba por ser incrível como, num curto espaço de tempo, a marca conseguiu afirmar-se dentro do consórcio gaulês, regressar aos lucros e até preparar uma ofensiva no campo da eletrificação. Tudo isto são resultados do plano estratégico Pace, que tem vindo a ser implementado. O dado mais importante acaba por ser o regresso aos lucros da Opel, que pela primeira vez desde 1999 teve as contas "a verde". Para tal teve papel essencial a reorganização da produção, que se tornou mais eficiente. Além disso, os custos fixos da empresa desceram 28% durante a primeira metade de 2018, em parte graças a novos acordos laborais que granjearam "uma melhoria significativa na relação custos laborais/receitas". Além disso, a marca tem vindo a concentrar esforços nos segmentos onde tem melhores desempenhos, com especial foco nos SUVS. Por exemplo, para Portugal foram reveladas recentemente novas armas para o Crossland X, o reforço da aposta no Mokka X com a sua passagem à Classe 1 nas portagens e está previsto o lançamento do Grandland X já este mês. Esta aposta em determinadas áreas acaba, no entanto, por fazer as suas vítimas, que neste caso foram o Adam, o Karl e o Cascade. A afirmação da Opel dentro da PSA também se faz na área do desenvolvimento de produto. Aqui a "sede espiritual" da marca germânica, Russelsheim, tem papel essencial, com o reforço das suas tarefas. Ao longo do último ano este local ganhou 15 centros de competência para todo o grupo a nível mundial, onde se destacam projetos como o desenvolvimento dos novos motores de quatro cilindros a gasolina da marca. No campo tecnológico merece também destaque o facto da Opel desempenhar, em parte, o papel de ponta de lança da Opel na eletrificação. Exemplo disso será o lançamento já em 2020 do Corsa elétrico, devendo nesse ano surgir também o Grandland PHEV. E a oferta será expandida, pois em 2024 todas as gamas da marca contarão com versões eletrificadas. Mas também noutras áreas do mercado se pode ver a força crescente da Opel, que prevê lançar oito modelos nos próximos dois anos. E mesmo nos veículos comerciais surgem já benefícios, com o Combo a receber, com o Berlingo e o Partner, o título de Comercial do Ano. E é um nome bem conhecido dos portugueses que está por trás desta transformação. Trata-se de Carlos Tavares, o CEO português que lidera o Grupo PSA e que voltou, com a Opel, a mostrar o seu "Toque de Midas". Afinal, ele foi também responsável pela recuperação das marcas francesas Peugeot e Citroën depois de ter chegado à liderança da PSA. O consórcio gaulês mostra-se cada vez mais pujante e agora, com o apoio da Opel, até já conseguiu liderar o mercado europeu durante os últimos dois meses.