Novo CEO da Renault quer separação das marcas de automóveis

O Grupo Renault vai alterar a sua organização e implementar quatro unidades de negócio. O objetivo passa pela adoção de uma nova estratégia.

O Grupo Renault vai alterar a sua organização e implementar quatro unidades de negócio. O objetivo passa pela adoção de uma nova estratégia que privilegia a criação de valor em vez da procura pelo volume de vendas.

O novo CEO do Grupo Renault, Luca de Meo, pretende fazer alterações na organização do construtor francês, que passa pela criação de quatro unidades de negócio: Renault, Dacia, Alpine e Novas Mobilidades.

Cada unidade de negócio contará com uma organização autónoma, mas as funções transversais da empresa continuarão a ser conjuntas.

De acordo com Luca de Meo, o Grupo Renault "necessita de alterar a forma de agir, passando da procura pelo volume de vendas para a procura da criação de valor e de rentabilidade".

Segundo o CEO do Grupo Renault, a organização em quatro marcas, em conjunto com as funções transversais da empresa, deverá permitir trabalhar de forma mais simples, orientada para os mercados e para os clientes. "Esta é uma alavanca essencial para a recuperação do Grupo", sublinhou Luca de Meo.

Neste projeto de reorganização das atividades do Grupo Renault por unidades de negócio Luca de Meo vai liderar o processo para a marca Renault.

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Para a Dacia, essa responsabilidade estará cargo de Denis Le Vot, atual diretor das Regiões, Comércio e Marketing do Grupo Renault. O diretor-geral Renault Sport Racing, Cyril Abiteboul, terá a seu cargo a Alpine, enquanto Clotilde Delbos, Diretora-Geral adjunta e Diretora Financeira do Grupo, ficará com as Novas Mobilidades.

Crise pandémica agrava prejuízos

Esta reorganização das atividades do Grupo Renault tem o objetivo de recuperar a situação financeira, que registou um resultado líquido negativo de 141 milhões de euros em 2019.

A situação piorou no primeiro semestre de 2020 como consequência do impacto violento da pandemia de Covid-19 e das dificuldades sentidas pela Nissan, que se traduziu num prejuízo recorde de 7,3 mil milhões de euros.

Para este resultado no primeiro contribuiu decisivamente a quebra de 34,9% nas vendas de veículos das marcas Renault, Dacia, Alpine e Autovaz, para 1,26 milhões de unidades, originando um recuo de 34,3% no volume de negócios para 18,4 mil milhões de euros.