Com lançamento agendado ainda para este ano de 2021, a Renault acaba de divulgar alguns teasers daquela que será a próxima geração do Mégane E-Tech Electric. Modelo que, além da transformação em SUV, será também a primeira proposta do género, na marca do losango, concebida de base como elétrica. Ainda assim, apenas uma das muitas transformações que visam tornar o construtor francês, "a marca automóvel mais verde na Europa", até 2030.
Depois da revelação, ainda em 2020, como concept - altura em que o CEO da marca, Luca de Meo, prometeu, que o modelo de produção manteria cerca de "95% das linhas do protótipo" -, eis que a Renault mostra, agora, parte das linhas finais, com que o futuro SUV Mégane EV se apresentará ao mercado.
Baptizado, inicialmente, de Mégane eVision, um novo comunicado do Grupo Renault garante, no entanto, que o modelo exibirá a designação E-Tech Electric, hoje em dia já aplicada nas propostas eletrificadas do construtor.
Quanto aos teasers, incluem uma imagem de parte da traseira e respectiva iluminação, à qual se junta, depois, o novo logótipo da marca. Com os restantes dois a mostrarem não apenas o enorme ecrã táctil central, montado na vertical, como também o painel de instrumentos, igualmente digital.
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Anunciado, pelo próprio Luca de Meo, como uma proposta capaz de "reinventar as formas do hatchback clássico, de uma forma mais emocionante", o futuro Mégane será, também, o primeiro modelo da marca a utilizar a nova plataforma CMF-EV desenvolvida pela Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. A qual, recorde-se, servirá igualmente de base ao futuro SUV EV da Nissan, o Aryia.
Quanto ao sistema de propulsão, o Mégane eVision exibia um bateria de 60 kWh, capaz de garantir uma autonomia na ordem dos 450 km, assim como um motor elétrico, a atuar apenas sobre as rodas da frente, a anunciar uma potência máxima de 218 cv.
Tal como acontece com o Ariya, também o Mégane eVision é proposto com várias dimensões de bateria, além de com a possibilidade de dispor de tracção integral permanente, mercê do recurso a dois motores elétricos.
Este novo elétrico tem produção prevista para a fábrica da Renault de Douai, em França, lado-a-lado com o re-imaginado Renault 5, que também será elétrico.
"A marca automóvel mais verde na Europa"
De resto e sobre esta ofensiva de elétricos da parte da marca do losango, tal decorre da intenção, hoje assumida, pela Renault, de tornar-se "a marca mais verde na Europa", até 2030. Mais concretamente, fazendo com que, nove em cada 10 carros vendidos pelo fabricante, sejam eletrificados.
A defesa deste modelo foi feita pelo próprio CEO, Luca de Meo, para quem "o sucesso da nova estratégia depende, em grande parte, da nossa capacidade de posicionar a marca face a uma Mobilidade Sustentável". Esforço que o italiano intitulou de "Nouvelle Vague" e que ajudará à rentabilidade nos segmentos C e D.
"Esta é a nossa forma de interpretar a modernidade", afirmou, defendendo que é preciso emprestar "mais valor aos nossos automóveis, assim como à forma como os fazemos. Tenho a sensação de que a História está chegando até nós. A sociedade está abraçando valores que estão próximos daquilo que é a história da Renault.".
De resto e recordando o percurso do construtor na realização de carros pequenos, práticos e elétricos como o Zoe, Luca de Meo defendeu que "somos uma marca calorosa e humana. Temos tudo no nosso ADN para corresponder ao que o mundo procura: um modelo de transporte compartilhado mais responsável e sóbrio, após décadas de fast fashion e consumo excessivo".
"A boa notícia é que estamos a iniciar muitas destas corridas, senão na pole position, pelo menos, na primeira linha da grelha de partida", sentenciou.
Entretanto e par da ofensiva nos híbridos plug-in, a Renault está, também, a desenvolver um novo bloco três cilindros 1.2 litros que poderá servir de base a um sistema de propulsão híbrido, capaz de anunciar uma potência máxima combinada de 200 cv. Assim como para um PHEV de tracção integral e 280 cv de potência.
A estratégia circular "Re-Factory"
A par de toda uma nova gama de modelos, o construtor tem ainda a intenção de implementar uma nova estratégia de reciclagem de até 120.000 veículos por ano, incluindo já EVs, medida a que deu o nome de estratégia circular "Re-Factory". E que deverá ser colocada em prática na fábrica de Flins.
Uma vez com esta estratégia em velocidade de cruzeiro, a Renault acredita poder tornar-se "o melhor fabricante automóvel do mundo", em termos de percentagem de materiais reciclados, utilizados no seus automóveis.
Finalmente, a Renault pretende tornar-se, igualmente, a líder tecnológica entre os fabricantes automóveis franceses, motivo pelo qual está já a trabalhar com quatro outras empresas, com o objectivo de desenvolver tecnologias, entre as quais, um novo ecossistema aberto de nome "Software Republique", para novas soluções de mobilidade nas cidades.