O renovado Renault Master enfrenta o MAN TGE e o Mercedes-Benz Sprinter, dois dos representantes germânicos no segmento de furgões de 3500 kg.
Como protagonistas deste inédito comparativo temos dois "históricos" no segmento dos furgões de grandes dimensões de teto alto com peso bruto de 3500 quilos, Renault Master e Mercedes-Benz Sprinter, e um "recém-chegado" ao mercado, o MAN TGE. Com capot curto auto-apoiado, motor dianteiro, cabina elevada, compartimento de carga longo com linhas retas, estes três modelos apresentam as formas típicas dos veículos deste segmento.
Uma das marcas com maiores tradição no segmento é a Renault com o Master, modelo que acaba de ser renovado exterior e interiormente com o objetivo de não só de cumprir a norma de emissões Euro 6d-TEMP, mas também oferecer um nível de qualidade de construção mais aproximado aos seus rivais alemães.
Mantendo inalteradas as suas formas e proporções, o furgão francês distingue-se pela sua secção dianteira com uma imagem radicalmente revista, destacando-se a grelha verticalizada, a linha de capot elevada, os grupos óticos em LED dispostos na horizontal que adotam a assinatura luminosa em forma de C, caraterísticos da marca gaulesa. O contraste entre a verticalidade da grelha frontal e o capot horizontal confere um estilo robusto e possante. Por outro lado, os cromados na grelha e nos frisos adicionais proporcionam um "toque" de sofisticação e elegância.
Por sua vez, a mais recente geração do Mercedes-Benz Sprinter, que começou a ser comercializada no último trimestre de 2018 no mercado nacional, adota o conceito atual de design da marca alemã, designadamente ao nível da grelha dianteira de enormes dimensões com o logotipo da estrela em destaque e os grupos óticos horizontais.
O último representante deste trio de ataque pertence à mais recente marca a entrar no segmento dos grandes furgões, a MAN, mas, curiosamente, é aquele que já está há mais tempo em comercialização, desde o último trimestre de…2017. Produzido na mesma linha de montagem do Volkswagen Crafter, apresenta uma cabina em forma de gota de água para otimizar o consumo de combustível e uma grelha dianteira escura, com o logotipo da marca e o leão na parte superior.
Área de carga
Por questões logísticas, o Renault Master e o MAN TGE deste ensaio possuem chassis médio e tração dianteira, enquanto o Mercedes-Benz Sprinter apresenta chassis longo e tração traseira. As versões de chassis médio diretamente comparáveis têm um comprimento de 5,57 metros (Master), 5,98 metros (TGE) ou 5,93 metros (Sprinter).
As versões longas possuem comprimentos de 6,22 metros (Renault), 6,83 metros (MAN) ou 6,96 metros (Mercedes-Benz). Em qualquer dos casos, as dimensões do Master são sempre inferiores aos dos seus rivais germânicos, o que tem reflexo naturalmente no comprimento do compartimento de carga, com 3,08 metros face aos 3,27 metros do Sprinter ou aos 3,45 metros do TGE.
Curiosamente, a otimização da área de carga da versão de chassis curto e tecto alto do Master permitiu a disponibilização de um volume útil ligeiramente inferior face ao TGE (10,8 m3 contra 11,3 m3), mas superior ao do Sprinter (10,5 m3).
Nas versões longas com teto alto, o furgão francês oferece um comprimento de carga de 3,83 metros e os dois veículos alemães 4,3 metros. Em termos de volume útil, o MAN superioriza-se aos seus rivais com 14,4 m3 contra os 14,0 m3 do Mercedes-Benz e os 13,0 m3 do Renault.
No que se refere à capacidade de carga, o TGE também apresenta o melhor valor (1363 kg) porque também é o menos equipado e, portanto, com uma tara inferior, seguindo-se o Sprinter com 1225 kg e depois o Master com 1127 kg.
Em qualquer dos casos, a acessibilidade ao compartimento de carga é assegurada por portas traseiras de batente ou por uma porta lateral deslizante direita. Para proteger a área da carga, os três veículos dispõem de revestimento no piso e nas paredes laterais.
Interior
Passando ao habitáculo, as três marcas tiveram a preocupação de criar ambientes interiores que proporcionassem o máximo de conforto aos utilizadores, adotando os princípios dos ligeiros de passageiros em veículos de trabalho com posições de condução elevadas. Em qualquer dos casos é possível regular o banco do condutor em alcance, altura e inclinação.
Os volantes do Master e o TGE são ajustáveis, mas o do Sprinter é fixo. A elevada altura ao solo garante uma boa visibilidade do exterior e das condições de trânsito. Os espelhos exteriores asseguram excelentes condições de visibilidade, ajudados pelo campo duplo e pelo assistente de ângulo morto no caso do Mercedes (opção). Por seu lado, o Renault oferece, também como opcional, um espelho interior "Wide View" na pála do pára-brisas do passageiro e uma câmara de assistência à visão traseira.
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Com o objetivo de alcançar um patamar de qualidade idêntico ao dos seus concorrentes germânicos, a Renault renovou por completo o interior do Master, que passou a contar um um tablier reformulado com grandes espaços de arrumação - abertos ou fechados -, elementos decorativos cromados nas saídas da ventilação e comandos do ar condicionado, assim como um novo volante multifunções.
O punho preto da alavanca da alavanca da caixa de velocidades com enquadramento cromado também é novo, assim como o painel de instrumentos dotado de um ecrã digital TFT de 3,5 polegadas. A consola central recebe um ecrã de navegação, independentemente do sistema multimedia instalado, R-Link Evolution ou Media Nav Evolution.
Soluções várias
O habitáculo do novo Master pode receber um conjunto de soluções, integradas no pacote opcional Office Plus, transformando-o num verdadeiro escritório móvel, incluindo uma mesa "Easy Life" por cima do porta-luvas, que se abre com uma simples pressão do dedo e oferece um espaço de trabalho suplementar ou para uma refeição, com um grande porta-bebidas central. Deste pacote também faz parte uma grande gaveta com capacidade de 10,5 litros ou uma base de encaixe para um tablet na parte central do tablier.
Se o novo Master apresenta uma imagem interior muito próxima dos ligeiros da Renault, também o Sprinter adota algumas soluções encontradas habitualmente nos automóveis da Mercedes-Benz como o volante multifunções, as saídas da ventilação em forma de turbina ou o grande ecrã digital na consola central com o sistema MBUX.
O interior do MAN TGE também evidencia um aspeto moderno e agradável, com a sua configuração horizontal e espaços para guardar objetos no lado do condutor e do passageiro. O tablier encontra-se dividido em três zonas funcionais: compartimento fechado no lado do passageiro, consola central com rádio Bluetooth e posto de condução.
Espaço no habitáculo não falta aos três protagonistas deste comparativo que oferecem lotação para três ocupantes, com banco individual para o condutor e assento duplo para o acompanhante. Compartimentos para arrumações, abertos ou fechados, também não foram esquecidos, mas o Renault leva a melhor sobre os seus concorrentes, enquanto o Mercedes-Benz é o mais limitado. Não obstante, todos oferecem um compartimento para guardar objetos localizado por baixo do banco duplo do passageiro.
Este ensaio comparativo foi publicado na Turbo Comerciais 37 - janeiro / fevereiro de 2019. Poderá ler o comparativo completo AQUI