O Grupo Renault estabeleceu acordos com os chineses da Envision AESC e os franceses da Verkor para a conceção e produção de baterias para a futura gama de modelos elétricos da marca francesa.
O Grupo Renault revelou a sua estratégia para a conceção e produção de baterias para a sua futura gama de veículos elétricos em França, assente num acordo com a empresa chinesa Envision AESC e a start-up francesa Verkor.
Estas duas parcerias estão alinhadas com os programas já existentes no seio do Grupo Renault, em especial com o acordo histórico com a LG Chem que, atualmente, fornece módulos de bateria para a gama de modelos elétricos da Renault e para o próximo Mégane.
Paralelamente, estão em curso discussões com a ACC para uma potencial adesão ao ecossistema a partir de 2027. A investigação também continua no seio da Aliança para o lançamento da tecnologia de baterias sólidas a partir de 2030, com o projecto ASSB (All Solid-State Battery technology).
"A nossa estratégia para as baterias baseia-se na experiência de dez anos do Grupo Renault e no seu investimento na cadeia de valor da mobilidade elétrica. As mais recentes parcerias estratégicas com a Envision AESC e Verkor reforçam muito a nossa posição, uma vez que asseguramos a produção de um milhão de veículos elétricos na Europa em 2030", afirma Luca de Meo, CEO do Renault Group.
"Isto representa um marco decisivo, já que reforçarmos a nossa vantagem competitiva, enraizando o nosso Grupo na dinâmica atual da indústria francesa e no esforço para alcançar os nossos objetivos de neutralidade de carbono. O Grupo reafirma assim a sua vontade de produzir automóveis elétricos populares, acessíveis e económicos em França", acrescenta o responsável do construtor gaulês.
Elétricos deverão representar 90% das vendas em 2030
No âmbito do acordo entre a Envision AESC e o Grupo Renault, o fabricante chinês irá investir até dois mil milhões de euros na nova fábrica de baterias em Douai, França, e criar 2500 empregos até 2030. A fábrica irá arrancar com uma capacidade de 9 kWh, suficiente para produzir baterias para o Renault 5 e outros pequenos modelos elétricos, estando previsto o aumento para 24 gWh até 2030.
A proximidade da gigafábrica da Envision AESC com as unidades de produção da Renault ElectriCity em Douai, Maubeuge e Ruitz, permitirá a criação de 700 postos de trabalho adicionais na região de Hauts-de-France, o que significa que o Grupo Renault pode aumentar significativamente a sua vantagem competitiva e melhorar muito a eficiência da sua cadeia de produção de Veículos Elétricos.
A gigafábrica de Douai abre caminho para a produção de baterias de baixo teor de carbono como parte dos objetivos delineados no Acordo Verde Europeu (Green Deal) e para o desenvolvimento de soluções de reciclagem em circuito fechado para os resíduos de produção e para as baterias em fim de vida.
De acordo com os compromissos assumidos pelo Grupo Renault, isto contribuirá significativamente para alcançar a neutralidade de carbono na Europa até 2040 e a nível mundial até 2050, com as vendas de Veículos Elétricos (EV) a representarem 90% de todas as vendas da marca Renault até 2030.
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A AESC (Automotive Energy Supply Corporation), recorde-se, foi criada em 2007 como uma joint-venture entre a Nissan, NEC e Tokin Corporation, e tornou-se no segundo maior fabricante mundial de baterias para veículos elétricos logo a seguir à Panasonic. A Nissan vendeu a sua participação na AESC ao Envision Group em 2018, mas continuou a deter uma quota de 25%.
Participação na Verkor
No que se refere à Verkor, a start-up francesa irá ajudar no desenvolvimento e produção de baterias de elevada performance para modelos maiores e premium, incluindo a nova gama elétrica da Alpine. Em contrapartida, o Grupo Renault irá adquirir uma participação de 20% na start-up.
A Verkor planeia construir uma fábrica em 2023 com 10 gWh da capacidade inicial de 16 kWh reservada para a Renault. Até 2030, a capacidade dafábrica irá aumentar até 50 gWh, sendo 20 gWh para a Renault.
O Grupo Renault não é o único fabricante automóvel com um plano sólido para o fornecimento de baterias para veículos elétricos. A Volkswagen, a Porsche e a Volvo vão produzir as suas próprias baterias, enquanto a Stellantis estabeleceu um acordo com a Total para a Automotive Cell Company - uma joint-venture onde a Renault também está interessada em participar.