A Renault vai conseguir cumprir os seus objetivos de frota relativos às emissões de dióxido de carbono para 2020 e vai vender créditos a outros fabricantes.
A Renault terá pedido à Comissão Europeia uma declaração de interesse para constituir uma 'pool' aberta de direitos de emissões, ao abrigo do artigo 6(5) do Regulamento (EU) 2019/613, relativo a automóveis de passageiros.
Na prática, isto significa que a Renault já atingiu os objetivos de emissões de dióxido de carbono dos automóveis comercializados em 2020.
Agora pode vender créditos de emissões a outros fabricantes que, de outra forma, não conseguiriam atingir os seus objetivos, tal como a Tesla faz com a FCA ou a SAIC (MG) com o Volkswagen Group.
De acordo com a edição mais recente do "European Electric Car Report", a Renault foi a marca que mais automóveis matriculou na Europa Ocidental, com 51.200 unidades acumuladas até agosto.
As partes interessadas têm de manifestar a sua intenção de se associarem a esta 'pool', até 18 de novembro, e demonstrarem que a sua participação não levará a Renault a ultrapassar os seus objetivos e que pagarão a multa por qualquer excesso.
Daimler poderá ser candidata
A Renault já tinha planeado partilhar a sua plataforma de emissões com os seus parceiros da Aliança, Mistubishi e Nissan, ao abrigo de um acordo estabelecido no início deste ano.
As três marcas passaram a ser tratadas como uma única entidade em termos de objetivos de emissões da União Europeia.
Ainda não se sabe quem poderão ser os potenciais interessados nesta "oferta" da Renault, mas tudo aponta para que a Daimler possa vir a ser uma das candidatas.
Por dois motivos: já tem uma parceria estratégica em curso com a Renault e porque está a caminho de falhar os seus objetivos de emissões de dióxido de carbono para 2020.