A decisão está tomada: a partir de 2030, a Renault vai comercializar apenas carros elétricos na Europa. Já para a subsidiaria Dacia, os planos indicam que esta transformação deverá ocorrer mais tarde, de forma a manter a sua estrutura de preços acessíveis.
Depois da Fiat, Ford e Peugeot, entre outras, também o catálogo da Renault, na Europa, vai passar a ser totalmente constituído por veículos elétricos. A revelação foi feita à Automotive News Europe pelo próprio Luca de Meo, diretor executivo do grupo Renault, acrescentando que a transformação terá lugar já em 2030.
Segundo o mesmo responsável, esta medida faz parte da estratégia maior de transformação do Grupo Renault, que tenciona lançar 24 veículos novos até 2025 e reinventar a marca Alpine, tornando-a uma marca desportiva totalmente elétrica.
No entanto, para a subsidiaria Dacia, o plano é outro. De forma a manter a sua estrutura de preços acessíveis, de Meo planeia adiar a transição para a Mobilidade Eléctrica, possivelmente para depois de 2030 e dependendo das condições. Isto, para que a marca romena possa manter a sua estrutura de preços "acessíveis".
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O anúncio da decisão agora conhecida, relativamente ao Grupo Renault, surge numa altura em que a companhia prepara o lançamento no mercado do novo Mégane E-Tech, do Renault 5, e do crossover compacto Renault 4. Modelos a que se seguirão dois novos EV, em princípio, já para 2025.
Recordar que a tomada de posição agora adoptada pelo CEO do Renault Group surge pouco tempo depois do principal responsável pelo Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do Renault Group, Gilles Le Borgne, ter criticado a intenção da União Europeia de proibir a venda de veículos híbridos no espaço europeu, até 2035. Dizendo que 2040 seria um prazo mais realístico, dada a taxa de desenvolvimento das infraestruturas e o custo relativo dos veículos elétricos hoje em dia.
"Temos a obrigação de participar nesta transformação" rumo à neutralidade de carbono em toda a indústria, defendeu, em declarações reproduzidas pelo Automotive News, Luca de Meo. Fundamentando, precisamente aí, a necessidade de acelerar a transição para os veículos elétricos.
Com a divulgação oficial dos resultados comerciais e financeiros, relativos a 2021, prevista apenas para 18 de fevereiro, Luca de Meo não deixou de defender que plano estratégico apresentado no início de 2021 tem vindo a ser implementado, tendo já levado a uma redução de dois mil milhões nos custos fixos, ao mesmo tempo que as vendas de veículos híbridos subiram para 60 por cento do volume total. Já o tempo de desenvolvimento de novos produtos, foi reduzido em 25 por cento.