Tal como a Nissan, também a Renault está perante a imperiosa tarefa de ter de reduzir custos. Confrontada com uma nova realidade Algo que, referem as últimas informações, poderá obrigar a cortes, também em modelos, a começar... pela ainda jovem Alpine.
A notícia é avançada pela habitualmente bem informada Automotive News Europe, que insere o possível encerramento das atividades da renascida Alpine, num plano estratégico de maiores dimensões, que visa tornar mais eficiente a operação do fabricante francês, co-fundador da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.
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Segundo a publicação, deste plano, faz parte o encerramento de várias fábricas, uma das quais, é, precisamente, a unidade de Dieppe, onde a Renault fabrica o pequeno desportivo Alpine A110.
A confirmar-se, esta decisão poderá significar o fim do A110, apenas três anos após o lançamento, mas também e segundo a Automotive News Europe, a dispensa de cerca de quatrocentos trabalhadores, que laboram naquela que é, ainda assim, uma das fábricas mais pequenas do grupo.
No comunicado interno da Renault, a que a publicação terá tido acesso, não é abordada, no entanto, a intenção, manifestada ainda em setembro de 2018, de mudança da produção do Alpine A110, para uma fábrica de maiores dimensões. Desde logo, como forma de assegurar uma mais rápida entrega do modelo, fixada em 14 meses.
Quanto às notícias do possível fecho da fábrica de Dieppe e, quiçá, o consequente novo desaparecimento da marca Alpine, estas surgem apenas alguns meses após a marca ter dado a conhecer a edição especial A110 Legende GT, cuja produção está limitada a apenas 400 unidades.
"Não existirão tabus" nos cortes
No entanto e numa altura em que a Renault está necessitada de cortar, pelo menos dois mil milhões de euros, nos seus custos, a viabilidade da Alpine é uma das interrogações em cima da mesa. Sendo que, recorda a Automotive News Europe, a própria directora executiva interina da Renault S.A., Clotilde Delbos, assegurou já, no início deste ano, que "não vão existir tabus", no que aos cortes diz respeito.
Aliás, numa altura em que a indústria automóvel sofre uma pressão imensa, também devido à pandemia de coronavírus, o mais certo que é muitos dos construtores tenham de tomar medidas drásticas quando ao futuro. Que, no caso da Renault e depois do impacto que foi a saída de cena de Carlos Ghosn, poderá muito bem passar pelo fim de um modelo claramente de nicho, cujos custos de produção facilmente fazem perigar os lucros.
Tal como a Nissan, também a Renault deverá dar a conhecer o seu novo plano estratégico de cortes, no próximo dia 28 de maio.